O valor da cesta básica apresentou aumento de 1,04% no mês de outubro em Araraquara, segundo pesquisa mensal do Núcleo de Economia do Sincomercio. O custo médio da cesta que era de R$ 938,52 em setembro deste ano passou para R$ 948,29 no período analisado – encarecimento de R$ 9,78.
Gráfico 1 – Evolução do custo médio e variação mensal da cesta básica em Araraquara – outubro/2021 a outubro/2022
No levantamento de outubro, os três grupos de produtos apresentaram aumento de preço. O grupo de alimentação, que possui maior peso sobre o custo total da cesta, obteve variação percentual de 1% no mês, ou R$ 7,64 a mais. O grupo de higiene pessoal foi o que apresentou maior elevação percentual no mês, 1,34%, ou R$ 1,33. Na sequência, os itens de limpeza doméstica tiveram aumento de magnitude menor, 1,10%, ou R$ 0,80.
No mesmo mês, os produtos com maior acréscimo percentual foram: cebola (27,1%), batata (22,5%), alho (7,5%), salsicha (6,0%), creme dental (4,7%) e ovos brancos (3,9%). E as principais quedas percentuais foram: água sanitária (-6,1%), feijão carioca (-2,6%), papel higiênico (-1,6%), acém (-1,1%) e óleo de soja (-0,9%).
A batata foi o produto que mais cresceu em termos reais, provocando aumento de R$ 3,73 no custo médio da cesta, em razão do aumento de R$ 0,93/quilo. Na outra ponta, a redução que mais aliviou o bolso do consumidor veio da carne de segunda – acém, que apresentou decréscimo de R$ 1,41 no custo da cesta analisada, em razão da queda de R$ 0,35/quilo.
A principal queda em termos reais, entre os produtos que compõe a cesta analisada, foi a carne de segunda – acém. De acordo com o CEPEA-ESALQ/USP, mesmo com as exportações da carne bovina brasileira em ritmo intenso, há fraca demanda doméstica pela proteína, com isso, vêm se observando elevação de estoques nos frigoríficos. “A baixa demanda está atrelada às altas de preços ocorridas no último ano, fazendo com que o comércio permaneça desaquecido”, ressalta Icaro Zancheta, economista do Núcleo de Economia do Sincomercio.
Entre as altas, os principais destaques são os itens de hortifruti como a batata e a cebola. “Ambos têm seus preços elevados em razão da menor oferta desses itens no mercado interno. Dentre as razões, duas destacam-se: a sazonalidade e o clima”, explica Icaro.
A batata foi o item que mais pressionou o custo médio da cesta básica para cima no último mês. Esse resultado reflete, de acordo com a CEPEA – ESALQ/USP, a desaceleração das colheitas de inverno. Em parte, essa redução já era programada pelos produtores, dada a sazonalidade do tubérculo. Entretanto, as chuvas frequentes do último mês limitaram ainda mais a colheita e acentuaram essa tendência.
A cebola, por sua vez, foi o produto que apresentou a maior variação percentual positiva. De acordo com o CEPEA – ESALQ/USP, esse movimento é resultado da diminuição na oferta nacional do bulbo, em razão da redução da área plantada e das chuvas recentes. O mal tempo, aliás, além de atrapalhar a colheita, também é o principal responsável pela qualidade afetada das cebolas comercializadas no último mês.
Gráfico 2 – Evolução do preço médio e da variação mensal da batata – outubro/2020 a outubro/2022
INFLAÇÃO CAMUFLADA
No acumulado de janeiro a outubro de 2022, a cesta básica encareceu R$ 113,43 – o que corresponde a 13,59% de aumento. Entre os grupos de produtos, todos apresentaram encarecimento. Os itens de limpeza doméstica registraram alta de 29,33% ou R$ 16,59, os de higiene pessoal subiram 16,43%, equivalente a R$14,28, e o grupo de alimentação – o maior impacto financeiro – ficou 11,94%, ou R$ 82,56 mais caro.
Já entre os produtos únicos, 28 dos 32 analisados apresentaram encarecimento entre os meses de janeiro e outubro de 2022. Nesse sentido, os itens que apresentaram maior alta acumulada nos dez primeiros meses do ano foram: cebola (101,79%), batata (84,67%), sabão em barra (44,63%), farinha de mandioca torrada (35,08%) e queijo muçarela (33,42%). Apenas óleo de soja, açúcar refinado, linguiça fresca e arroz branco apresentaram redução de preço nos primeiros meses de 2022, com quedas de 6,18%, 5,60%, 2,81% e 0,11%, respectivamente.
A variação acumulada em 12 meses para o custo total da cesta foi de 12,47% – encarecimento de R$ 105,16. Entre os grupos de produtos, todos apresentaram aumento. Os de limpeza doméstica registraram alta de 36,43%, ou R$ 19,54, os itens de alimentação subiram 9,68% – o maior impacto financeiro, R$ 68,30 – e o grupo de higiene pessoal ficou 20,65%, ou R$ 17,32 mais caro.
Entre os produtos únicos, 26 dos 32 oscilaram para cima – o que corresponde a 81,25% dos itens que compõe a cesta básica analisada. No acumulado de setembro de 2021 a outubro de 2022, destacam-se: cebola (278,17%), sabão em barra (52,02%), sabonete em barra (41,47%), sabão em pó (36,20%) e farinha de mandioca torrada (34,07%). Apenas seis produtos apresentaram variação negativa no mesmo período: frango resfriado inteiro (-4,71%), arroz branco (-3,21%), açúcar refinado (-1,18%), alho (-1,90%), linguiça fresca (-1,97%) e óleo de soja (-0,10%).
Para conferir a pesquisa completa e mais detalhes, acesse o site sincomercioararaquara.com.br/nucleo-economia.
Gráfico 3 – Variação mensal do preço médio dos produtos componentes da Pesquisa de Preços da Cesta Básica em Araraquara – outubro/2022
Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara(Acesse o estudo completo)