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Em noite de festa, Ignácio de Loyola torna-se imortal na Academia Brasileira de Letras

Considerado um dos grandes escritores brasileiros, Ignácio fez chegar à Academia Brasileira de Letras o reconhecimento ao seu trabalho. Para nós foi importante a forma com que, o nome da cidade torna-se propagado em outro segmento, o da Literatura.

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Ignácio discursando na noite desta sexta-feira na Academia Brasileira de Letras (Foto - O Globo)

Araraquara está orgulhosa: um dos seus filhos mais ilustres em solenidade realizada no Salão Nobre do Petit Trianon na noite desta sexta-feira (18), o escritor Ignácio de Loyola Brandão tomou posse da cadeira 11 da Academia Brasileira de Letras. Ao chegar foi recepcionado pelo escritor Antônio Torres. Ele como novo acadêmico entra para o lugar do jurista e sociólogo Helio Jaguaribe, que morreu no ano passado (setembro).

Em sua fala no Petit Trianon, onde estava o prefeito Edinho Silva acompanhando a solenidade, o autor de o autor de livros como “Não verás país nenhum” destacou o trabalho do seu antecessor e teceu comentários em defesa da cultura e da liberdade de expressão. Mencionou em um dos pontos do seu discurso que deposita fé no Brasil e que não pode negar que tem esperanças no caminhar do país. Eleito em março deste ano por unanimidade, Loyola Brandão já está ocupando uma cadeira fundada por Lúcio de Mendonça e que tem como patrono Fagundes Varela.

Ignácio ao receber o reconhecimento da Academia Brasileira de Letras (Foto: O Estado)

A imprensa brasileira tem destacado muito o trabalho de Ignácio Loyola Brandão e no caso desta sexta-feira por exemplo o jornal Valor Econômico menciona que o escritor sempre foi favorito para a vaga. “Na eleição, superou outros 11 candidatos (todos nomes de pouca expressão na cena literária). O jornal fez uma síntese da sua trajetória: Em 2016, ele venceu o Prêmio Machado de Assis, o mais importante da ABL, pelo conjunto da obra. Descrito por Antonio Candido como um escritor de realismo feroz, Brandão tem uma vasta contribuição na área da ficção, mas também incursões na biografia, na crônica, no memorialismo e na literatura infantojuvenil. Nesta última, venceu o Prêmio Jabuti em 2008 pelo livro “O menino que vendia palavras”. Mas foi nos contos que o escritor natural de Araraquara começou sua carreira. Lançado em 1965, “Depois do sol” fazia o registro da noite paulistana ao acompanhar a história de cafetões, prostitutas e esportistas, mostrando o realismo observado por Candido”.

Mais adianta comenta que “três anos depois, destacou-se com o romance “Bebel que a cidade comeu” (1968), um retrato desiludido da cidade grande. A partir dos anos 1970 começaram os problemas com a censura. Publicado em 1974 na Itália após ser recusado por diversas editoras, o polêmico “Zero” se tornou um marco da literatura brasileira. Quando finalmente chegou ao Brasil, um ano depois, provocou reações vívidas por seu tom agressivo e as situações libidinosas. O romance mostrava um país despedaçado e acabou sendo proibido de circular pelo regime militar. Só voltou às livrarias em 1979”.

Citando pedaços importantes da carreira o Valor Ecônomico também cita que Brandão abraçou com brilho a ficção distópica com “Não verás país nenhum”, de 1981, no qual retrata uma São Paulo caótica e tentacular. Ele voltaria a esse registro em 2018 em “Desta terra nada vai sobrar, a não ser o vento que sopra sobre ela”, seu romance mais recente.

E finaliza dizendo que entre 2002 e 2018, Brandão se manteve afastado do romance. Neste período, escreveu livros infantojuvenis, além de uma biografia da ex-primeira-dama Ruth Cardoso e um relato autobiográfico. Também mantém uma coluna no “Estado de S. Paulo”.