Temendo pelo pior que seria a abertura da Comissão Processante e logo depois o risco de ser cassado, perdendo seus direitos políticos por pelo menos 8 anos, o vereador do Progressistas – Emanoel Sponton – acusado de praticar a “rachadinha” durante os seus mandatos, vem sendo aconselhado por pessoas mais próximas a renunciar ao cargo que exerce neste momento como parlamentar.
Na opinião dos conselheiros essa postura em meio ao tiroteio desferido pela imprensa seria a menos dolorida para ele, pois já atinge grande parte dos vereadores, principalmente da frente que defende os interesses do Executivo. Sponton vinha praticando supostamente a “rachadinha”, ficando com um alto percentual de funcionários que trabalhavam em seu gabinete. Para a população a forma com que o parlamentar agia – além de criminosa é vergonhosa, já que submete o trabalhador à escravização, envolvendo o dinheiro público.
De fato, o termo “rachadinha” se refere a um tipo de desvio de dinheiro público. A verba para o pagamento dos salários dos assessores de políticos provém dos cofres públicos. No esquema de “rachadinha”, o servidor é cooptado para repassar uma parte de seu salário de volta ao político que o contratou.
Nesta terça-feira (13), às 15 horas, durante a sessão da Câmara Municipal, o caso denunciado pelo Conselho de Ética que trabalhou com dados de um relatório enviado pelo Ministério Público, será colocado em votação, devendo optar pela instalação da comissão formada por três membros sorteados.
Já se sabe que três dos vereadores não deverão votar: Geane Trevisóli está com atestado médico e não comparecerá à sessão, o vereador Aluísio Boi, como presidente do Conselho de Ética também não pode votar e o presidente Rafael de Angeli, só vota se o resultado mostrar o quadro de empate. Nestas circunstâncias, o vereador Gérson da Farmácia (MDB), atualmente na secretaria de Agricultura, substitui o vereador Boi – apenas para declarar o voto.
Ainda que o panorama seja este, a maioria está garantida acenando para abertura da Comissão processante pois Baldassari e o Major Prado, ambos do Novo, já teriam declarado que são favoráveis ao julgamento do colega que supostamente teria praticado a rachadinha. Neste cenário, Balda e Prado, cumprem a missão do partido que prega a moralidade na vida pública e política, se abstendo da corrupção. A denúncia deve ser acatada por pelo menos – 10 vereadores.
Há um outro porém – a investigação paralela realizada pelo Ministério Público que já teria material suficiente para penalizar o vereador. Os que permanecerem aleatórios à abertura da Comissão Processante estarão apenas demonstrando corporativismo, sem no entanto, evitar os respingos na atual administração, mesmo que ela não tenha se manifestado publicamente pela inocência de Emanoel Sponton, mantendo-se afastada das discussões sobre o ato do vereador que faz parte da sua frente na Câmara.