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Falta de pessoal e péssima estrutura física prejudicam ensino em Araraquara, diz Sismar

Servidores sobrecarregados, alunos sem professores, falta de luz, de água e de manutenção: esta é a realidade na rede municipal de ensino, aponta Sindicato dos Servidores em nota. A Prefeitura de Araraquara no começo da noite nesta quarta respondeu ao sindicato: "Querer caracterizar “abandono da rede educacional” é uma tentativa de politizar algo técnico. É hora de parar com a politização da educação."

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Entidade que defende os servidores públicos faz críticas à Educação

“Parece notícia antiga, mas não é.” A frase é do Sismar – Sindicato dos Servidores Públicos de Araraquara e Região, publicada em sua página nas redes sociais, nesta terça-feira (23) alertando a população sobre a qualidade de ensino que o município vem oferecendo.

No documento, a entidade diz que “a falta de profissionais na rede municipal da Educação de Araraquara é histórica e neste ano não tem sido diferente. Há anos, a Administração parece ser completamente incompetente para completar e manter o quadro de pessoal da Educação”, reafirma.

Diretores do Sismar comentam que “os alunos ficam sem aula ou são divididos e espalhados em outras turmas já lotadas, atrapalhando o aprendizado das crianças logo no início do ano letivo e sobrecarregando os servidores que estão nas unidades. O resultado disso é um prejuízo considerável do processo ensino-aprendizagem.”

Na mesma nota divulgada nesta quarta, o Sindicato dos Servidores faz menção a estrutura física das escolas salientando que ela também é negligenciada governo após governo em Araraquara e que está beirando o caos. “Nenhuma unidade de educação possui Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros, por exemplo. Em poucos meses, registramos escola cujo teto desabou parcialmente, outra com água da chuva escorrendo pelo teto dentro de uma sala de aula e outra na qual dezenas de quilos de carne apodreceram porque a energia da escola acabou durante o fim de semana, para ficar apenas em três exemplos”, comenta.

O Sismar entende que “Araraquara poderia ter melhorado a estrutura das escolas durante os quase dois anos de pandemia, mas não o fez. Poderia ter contratado agentes educacionais e professores, mas não o fez. Para piorar, a Prefeitura está descumprindo o edital do concurso e obrigando os novos contratados a assumirem seus cargos como estatutários, e não pela CLT.”

O sindicato também denuncia que o município está exigindo que os aprovados em concurso que já sejam servidores peçam demissão de seus cargos da CLT para assumirem o novo posto como estatutário, que também é ilegal e pode resultar em futura perda do emprego destas pessoas.

PREFEITURA RESPONDE AO SISMAR

Procurada pela reportagem do RCIA sobre as colocações feitas pelo Sismar, a Prefeitura de Araraquara respondeu que tem batido recordes em investimentos na Rede Municipal da Educação.

Segue sua nota:

Desde 2017, são 33 obras realizadas em unidades de educação construídas ou entregues completamente reformadas e ampliadas pelo município, totalizando R$ 53 milhões investidos, inclusive em locais de grande densidade populacional como o Valle Verde, onde foram entregues 3 novos CERs (Centro de Educação e Recreação) e 1 EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental). Do total de investimentos, quase R$ 18.4 milhões foram investidos em 13 obras da educação e entregues entre 2019 e 2021.

Todas essas obras foram definidas pela população como prioridade de investimento no Orçamento Participativo justamente porque muitas delas não passavam por reformas desta magnitude há anos.

Querer caracterizar “abandono da rede educacional” é uma tentativa de politizar algo técnico. É hora de parar com a politização da educação e nos unirmos para sanarmos o déficit educacional das nossas crianças que ficaram fora da escola na pandemia de Covid-19.

Em relação ao quadro de profissionais, a Secretaria Municipal da Educação vem publicando as convocações de aprovados nos concursos públicos em vigência, de forma recorrente, nos atos oficiais do município.

Em 2021, foram 206 contratações. Neste ano, de janeiro até o presente momento, são 231 novas contratações autorizadas de profissionais da Educação, boa parte aguardando o comparecimento dos convocados.