Pelo menos nos últimos 18 anos, São Carlos não teve frio tão intenso como ocorreu no inverno deste ano. Aliada a uma estiagem de mais de dois meses, quem trabalha com a terra, sobrevive dela e proporciona empregos, tem tido diversos problemas. As adversidades causadas pela natureza.
Um deles é Carlos Alberto Tavoni Júnior, 31 anos. Ao lado do pai, um parceiro, possui há 30 anos um sítio de 27 hectares no subdistrito de Santa Eudóxia, onde produz maracujá e banana. Os próximos passos são cultivar 200 pés de abacate e pelo menos 3 mil de abacaxi. Mas esta meta foi adiada para o final do ano, quando o clima esquenta e chega o período das águas (chuvas).
Hoje, a preocupação da família Tavoni é trabalhar para que o prejuízo não aumente. As geadas que caíram em São Carlos este ano queimaram os 4 mil pés de maracujá da propriedade e todos os pés de bananas. Um prejuízo estimado em R$ 50 mil. “Sem dúvida o frio de 2021 é o mais intenso dos últimos cinco anos. Mas em conversas com meu pai, há pelo menos 18 anos não geava com tamanha intensidade”, diz Carlos Alberto Jr.
O agropecuarista e comerciante são-carlense disse que agora o momento é de reflexão. Sem desespero e procurar administrar os prejuízos. “Damos emprego para doze colaboradores e pretendemos mantê-los. Mas o momento é difícil, pois reflete na família. Temos contas a pagar e fazer novos investimentos. Vamos comprar novas mudas, bem como adubo e iniciar um novo ciclo”, afirmou.
DO ZERO
Carlos Alberto Jr. Comentou que já está adquirindo as mudas de maracujá e de abacate e colocar a mão na massa. “Vamos recomeçar do zero. Não adianta chorar o leite derramado e ficar chorando. Tem que levantar a cabeça. A perspectiva nossa, caso não ocorresse uma geada tão forte, em agosto a plantação ia começar a florir. Mas infelizmente isso não é a nossa realidade, hoje”, lamentou. “Quando era anunciado uma frente fria, a gente chegou a perder noites de sono.
BOLA PRA FRENTE
De acordo com o agropecuarista e comerciante os 4 mil pés de maracujá produz aproximadamente 50 toneladas que eram fornecidas para uma indústria de Descalvado (Rubi da Serra), que trabalha com a polpa da fruta e para estabelecimentos comerciais de São Carlos.
Agora reiniciando do zero, a médio prazo, retornando a produção gradativamente de maracujá e banana, a perspectiva é que aconteça o reabastecimento. Existe ainda a médio prazo a produção de abacates e de, provavelmente, abacaxis. “Acredito que o pior passou. Vamos em busca de novos horizontes e produzir as frutas”, finalizou Carlos Alberto Jr. (Informações SCA)