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Implantado pelo Sindicato Rural, curso sobre a cultura da uva avança para finalização em Araraquara

Seis meses depois os pequenos produtores do Monte Alegre, considerados alunos, comemoram a capacitação como forma de ampliar renda no sustento familiar, plantando e comercializando as uvas

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O plantio e a colheita, arte de se ter uva de qualidade com os ensimentos do Sindicato Rural e do Senar em Araraquara

A parceria do Sindicato Rural de Araraquara com o Senar SP deu continuidade ao curso da Cultura da Uva, tendo como instrutor Pedro Luiz da Silva, que no final de agosto, conversou com a reportagem, fazendo uma explanação sobre os passos que começaram a ser dados neste segundo semestre.

Segundo ele o programa – Uva, colheita, pós colheita e comercialização, que estão inseridos no Módulo VI – foi implantado no Sítio Agro Porto, localizado no Assentamento Monte Alegre. Toda estrutura está sendo disponibilizada pelo Sindicato Rural de Araraquara, contando com o apoio do Senar SP e do Itesp  ( Instituto de Terras do Estado de São Paulo).

Nesta propriedade agrícola no período de 18 a 20, foi cumprida mais uma etapa, agora com a participação direta dos alunos avaliando a qualidade das chamadas uvas de mesa, verificando alguns defeitos, analisando os rótulos e as embalagens para o cumprimento da legislação vigente: “É preciso que essas regras sejam compreendidas e colocadas em práticas quando se aproximar a comercialização delas no mercado”, disse o instrutor.

Durante a aula considerada prática, foi discutida a podagem das uvas, levando-se em consideração que agosto é o mês em que são feitas as podas: “O mês de agosto é o melhor período, por ser o final do inverno. Nessa época, as plantas ainda estão dormentes, porém, já se preparando para brotar em breve, e a poda ajuda nesse processo”, disse Pedro Luiz, aos participantes do curso.

Para ele, a melhor forma de identificar com clareza o tempo correto para o procedimento é observando a presença do “choro”: um fluxo de líquido que ocorre após o corte de um ramo, demonstrando que as raízes já despertaram e estão absorvendo a umidade e nutrientes do solo.

As podas ocorridas foram na propriedade de Marcelo Oyafuso, profissional independente de agricultura e que desenvolve o cultivo de produtos orgânicos; em seu sítio, Marcelo possui 480 pés de uvas, todos eles em estufas nas variedades Isabel, Niágara e Vitória, além de outras. “Os alunos fizeram nesta etapa a poda, o curativo, a amarração e a limpeza no parreiral”, comentou Pedro Luiz, orgulhoso em dar capacitação a um grupo profundamente comprometido com o aprendizado.

Questionado por um dos alunos sobre a importância da poda, o instrutor respondeu que quando feita na época certa e com os métodos adequados, a poda traz diversos benefícios que fazem a diferença no desenvolvimento dos frutos. “Por exemplo, favorece o fluxo de nutrientes para a parte aérea da planta, melhorando a brotação e limita o número de gemas, gerando um equilíbrio entre a capacidade de produção e o vigor do crescimento da videira. Ou seja, garante uvas com qualidade melhor”, respondeu.

O curso está quase chegando ao seu final; serão mais cerca de 90 dias de trabalho continuo para a certificação destes alunos que deverão iniciar a cultura da uva, um dos produtos mais procurados, principalmente na aproximação das festas de final de ano.

O coordenador regional do Senar SP em Araraquara, engenheiro agrônomo, João Henrique de Souza Freitas explica que – atualmente a busca de produtores rurais, principalmente os pequenos agricultores – tem crescido muito, ainda que não seja uma região com tradição desta cultura: “Hoje o plantio é adaptável a diferentes climas e com amplo mercado, desde o consumo in natura até o fornecimento de matéria-prima para a fabricação de sucos e vinhos, a uva é uma cultura com grande alcance geográfico e popularidade. Em São Paulo, as variedades estão presentes desde o final do século 19, de onde se espalharam a partir de cidades como Jundiaí e São Roque, tradicionais pólos de viticultura. Entre as vantagens produtivas estão a possibilidade de produção em áreas pequenas e os bons preços alcançados no mercado. Mas para isso é preciso enfrentar uma série de desafios práticos, entre eles o bom manejo das parreiras. Isso temos procurado fazer com o apoio do Senar, Itesp e dos próprios produtores, justifica o coordenador.

O ENCONTRO DOS ALUNOS COM O APRENDIZADO