Após chamar os vereadores da oposição ao prefeito Lapena de “baderneiros”, o secretário municipal de Saúde, Abelardo Ferrarezi de Andrade, foi duramente criticado por um dos parlamentares atingidos, Aluísio Braz (Boi), que é do MDB, na sessão desta terça-feira (15) na Câmara Municipal.
A desavença entre as partes começou quando os vereadores a fiscalizavam a Unidade de Retaguarda do Melhado, tão logo foi decretado o fim dos controladores de acesso em unidades de saúde de Araraquara, fato que ocorreu recentemente.
Preocupados com a medida da Secretaria de Saúde, os vereadores Aluísio Boi, Marcão da Saúde (MDB), Alcindo Sabino e Paulo Landim (PT) contam que na noite do dia 4 de julho, uma sexta-feira, o grupo decidiu atender o chamado dos servidores das unidades que cuidam da saúde da população para um melhor entendimento sobre a questão.
No momento exato em que os parlamentares ouviam os profissionais da Saúde, o secretário Abelardo Ferrarezi de Andrade entrou no recinto em que o grupo da oposição política se reunia com os trabalhadores e discutiam a falta de segurança provocada nos locais pela decisão do governo.
Irritado Abelardo questionou os servidores a razão de estarem ali e, não cumprindo escala: “Vocês estão escaladas aonde? Estão cuidando dos pacientes? Deveriam estar trabalhando e não aqui“, em tom aparentemente severo. Abelardo queria dizer que a presença dos profissionais em um encontro com vereadores estaria representando sobra, e não, falta de gente.
Não bastasse, o secretário de Saúde, logo em seguida, se voltou contra os vereadores afirmando textualmente que eles – estavam atrapalhando o andamento dos serviços de atendimento aos pacientes na unidade, acusando-os de “baderneiros”. Ainda mais enfático exclamou: “Vocês vieram fazer baderna. Isso não é hora de atrapalhar o atendimento”. E reafirmou em tom explosivo: “Vocês são baderneiros, agora não é hora disso”.
Boi, sentindo-se ofendido ao lado dos colegas, retrucou: “Nunca agi com baderna. Te respeito muito, doutor, mas não aceito me chamar de baderneiro. Respeite quem é representante do povo”, disse ele, no momento em que houve a interferência de Alcindo Sabino buscando explicar: “Viemos aqui para fiscalizar, fomos chamados pelos funcionários porque isso é sério”, falou Alcindo Sabino ao secretário de Saúde.
Tendo em vista que a Câmara Municipal no dia 04 de julho estava em recesso, só nesta terça-feira é que o caso foi exposto publicamente e levado ao Pequeno Expediente da Câmara Municipal, ainda sob o clima de tensão e manifestações pesadas contra o que os parlamentares consideraram – agressividade e prepotência.
Na sessão, Boi disse que o secretário demonstrou sintomas de desequilíbrio e a ele ainda, teria faltado controle emocional. Boi lamentou o episódio e comentou que nunca havia passado por esse tipo de constrangimento, chegando a pedir a renúncia do secretário municipal de Saúde.
Para o vereador Alcindo Sabino, o secretário de Saúde teve uma atitude desrespeitosa e lamentável. “Faço coro a você, Boi. Acho que o Abelardo, com todo o respeito, não tem condições de ficar à frente da Secretaria de Saúde”, argumentou.
NOTA DE REPÚDIO EMITIDA PELO MDB
Após a sessão desta terça-feira o MDB fez chegar à imprensa uma nota de repúdio.
