Morreu na tarde desta sexta-feira (09), aos 100 anos, Judith Lauand, pioneira do movimento concreto e única mulher do grupo Ruptura – fundado por Waldemar Cordeiro, Geraldo de Barros, entre outros. Nascida em Pontal, interior de São Paulo, Judith Lauand vinha também residindo nestes últimos anos em Araraquara; para São Paulo ela foi na década de 1950. Ela faleceu em sua casa na capital e a família não divulgou a causa da morte.
O traço concreto de Judith Lauand carrega uma aura sensível, suas composições do início da carreira, nos anos 1950, têm influência de Paul Klee, mestre que Lauand teve contato na segunda edição da Bienal Internacional de Arte de São Paulo, quando foi monitora na mostra.
Pintora e gravadora, formou-se pela Escola de Belas Artes de Araraquara, em 1950, sendo colega de turma do pintor Ernesto Lia que faleceu recentemente. Aqui, aprendeu pintura com Mario Ybarra de Almeida e Domenico Lazzarini. Em 1952, mudou-se para São Paulo, onde estudou gravura com Lívio Abramo.
Há alguns anos, ela andava reclusa devido a problemas de saúde; ao longo da sua carreira participou de eventos importantes na história da arte contemporânea brasileira, como a 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta (1956), realizada no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Há alguns anos, a família da pintora doou algumas obras ao Masp, que não tinha a artista em seu acervo. Seu nome figura ao lado dos grandes concretos, como Haroldo e Augusto de Campos, Décio Pignatari e Max Bill.

Judith Lauand nasceu em 1922, em Pontal, São Paulo. Pintora e gravadora, formou-se pela Escola de Belas Artes de Araraquara, em 1950. Ali, aprendeu pintura com Mario Ybarra de Almeida e Domenico Lazzarini. Em 1952, mudou-se para São Paulo, onde estudou gravura com Lívio Abramo.
Em Araraquara, ainda na sua juventude, ganhou alguns prêmios: em 1945, tomou parte do 9° Salão de Belas Artes de Araraquara, recebendo o Prêmio Estímulo de Desenho; em 1952 participou do 15° Salão de Belas Artes de Araraquara, obtendo o primeiro lugar; em 1953, participou do 16° Salão de Belas Artes de Araraquara e ganhou o Prêmio Cidade de Araraquara.
Em Araraquara, quando estudou na Escola de Belas Artes, suas obras de raiz expressionista e figurativa eram resolvidas de maneira rápida, segundo ela mesmo contou um dia. “Com a abstração não”, já dizia logo ela. Para chegar à abstração, conta ter sido influenciada por livros e revistas que lia naquela época. “Li o de um argentino, Jorge Romero Brest (crítico), que então falava da atualidade da pintura. Aí percebi que eu estava atrasada, que a obra poderia ser muito mais moderna”, contava a artista, que ainda guardava esse mesmo espírito intacto.