Faleceu em Araraquara nesta segunda-feira (20) o antigo comerciante Andrelino Alves Pinto Filho, aos 97 anos de idade. Ele foi o fundador da Villa Copos, loja considerada uma das mais conceituadas em descartáveis e artigos para festa na região.
Andrelino, como era carinhosamente chamado, fundou a empresa em 1° de junho de 1989, deixando a administração para os filhos José Luiz e Paulo André, que a comandam até hoje com muito sucesso. O estabelecimento começou em um espaço de 300 m² com vendas no atacado e varejo.
Graças à visão comercial de Andrelino e dos filhos, cada qual em um setor, a Villa Copos ao longo dos anos foi se fortalecendo no mercado, conquistando clientes e agregando uma variedade de produtos. Em 1998, Andrelino teve o reconhecimento da bela jornada que já havia realizado: recebeu o Prêmio Barão de Mauá, da Gazeta Mercantil e o caderno Por Conta Própria. Entre 800 participantes ficou entre os 10 melhores do estado.
Também graças a dedicação de pai e filhos o espaço físico da loja cresceu. Hoje, ocupa 800 m² de um total de 2.600 m² e o “carro chefe” da empresa são os artigos para festas. “Os consumidores podem encontrar tudo que precisam em um mesmo lugar”, dizia orgulhoso o comerciante aos clientes e amigos.
Andrelino, casado com Joana Carmem Biffi Alves Pinto (já falecida), deixa os filhos Aparecida de Lurdes Alves Pinto Globério, José Luiz, Sueli Alves Pinto Felonato, Sônia Alves Pinto Mori e Paulo André. Seu velório na Sala 01 do Memorial Fonteri acontece das 10h00 às 12h45 desta terça-feira e o sepultamento se dará em seguida no Cemitério São Bento.
A ORIGEM DA ERA ANDRELINO
Andrelino, o clã da família Alves Pinto, nasceu em Araraquara, em setembro de 1895; sempre foi um exemplar chefe de família, trabalhador e honrado além de católico fervoroso. Dedicava-se com muito carinho como voluntário nas festas realizadas nas Igrejas Santo Antônio e São Benedito, na Vila Xavier, juntamente com alguns amigos.
Sem os pais aos 7 anos de idade, Andrelino foi criado por seu avô materno, Antonio Alves Pinto, proprietário de uma grande gleba de terra, a qual se estendia das imediações da Igreja de São Benedito, na Vila Xavier, até as proximidades da Estação do Ouro.
Cercado de muito carinho por esses familiares, Andrelino cresceu e passou a frequentar o Grupo Escolar Carlos Baptista Magalhães, onde concluiu o curso primário. Foi à luta ainda jovem, e deixando os estudos, começou a trabalhar em uma serraria na Rua Antônio Prado, em frente a Estação Ferroviária.
Muito ativo, procurou uma ocupação na qual pudesse se manter por conta própria e dessa maneira adquiriu uma carroça e foi trabalhar como carroceiro pracista. Comunicativo e batalhador, surge-lhe após a venda das terras do avô, uma oportunidade para comprar um armazém localizado na Avenida São Paulo, local bem próximo à Igreja de São Benedito, de propriedade de Antonio Deliza. Assim, Andrelino entra para o ramo de “secos e molhados”. Mais tarde, Andrelino batiza uma das filhas de Antonio Deliza, tornando-os compadres e grandes amigos.
Em 1° de março de 1919, aos 24 anos, casou-se com Cristina Lopes; o casal Andrelino e Cristina teve 13 filhos. Já falecidos: Valter, Nair, Mário, Antonio, Maria do Carmo, Luiz Carlos, Paulo, José Carlos, Otávio e agora Andrelino Filho. Estão vivos: Maria Aparecida Alves Pinto Biffi, Dirce Alves Pinto Deliza e Hélio Alves Pinto.
Com a família constituída, vencedor, Andrelino constrói bem próximo ao seu endereço comercial anterior, um prédio próprio que abrigava a sua residência e seu novo armazém, inaugurando-o em 1º de fevereiro de 1925. Foi nessa casa que nasceram a maioria de seus filhos, local onde a família prosperou e viveu por muitos anos.
Andrelino era um homem austero, porém, gostava de levar os filhos a participar do “corso” nos carnavais e também os levava às pescarias, lazer preferido da família. Na comunidade, ele integrou por vários anos a diretoria do Asilo de Mendicidade e também era dedicado membro da Sociedade São Vicente de Paula (Vicentinos). Andrelino Alves Pinto faleceu em 31 de janeiro de 1959; seu filho, também Andrelino seguiu seus passos com a mesma honradez.