Morreu, neste domingo (05), aos 84 anos, Romualdo Arppi Filho, segundo árbitro brasileiro a apitar uma final de Copa do Mundo. De acordo com a família, ele realizava um tratamento renal no Hospital Ana Costa, em Santos, mas acabou não resistindo às complicações da doença. Natural da cidade do litoral paulista, o juiz foi o homem do apito na vitória da Argentina sobre a Alemanha na final da edição de 1986 do Mundial, no México.
A carreira de Romualdo, porém, vai muito além da partida decisiva do bicampeonato dos hermanos. O ex-árbitro começou a trajetória nos gramados com apenas 14 anos. Aos 20, ele se profissionalizou na arbitragem e comandou as finais do Campeonato Brasileiro de 1984 e 1985, além da decisão do Mundial Interclubes de 1984. Arppi Filho participou, ainda, de três Olimpíadas: Cidade do México-1968, Moscou-1980 e Los Angeles-1984.
Na Copa do Mundo do México, o trabalho de maior notoriedade na carreira, ele apitou outros dois jogos. O primeiro foi o empate entre França e União Soviética, por 1 x 1. O brasileiro também esteve em campo na vitória dos mexicanos, os donos da casa, por 2 x 0, sobre a Bulgária. O desempenho deu a ele o direito de estar na decisão daquela edição do Mundial.
Com isso, Romualdo igualou o feito de Arnaldo Cézar Coelho, primeiro brasileiro a apitar uma final de Mundial, em 1982. Aos 47 anos, ele conduziu a vitória da Argentina no Estádio Azteca lotado com quase 115 mil pessoas. Um dos momentos inesquecíveis para o ex-árbitro foi o cartão amarelo aplicado ao astro Diego Armando Maradona. O brasileiro chegou a ganhar a camisa 10 do craque argentino.
Em 1986, Arppi Filho foi eleito o melhor árbitro do mundo pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS). Todos os feitos fizeram Romualdo se concretizar como um dos grandes nomes da arbitragem brasileira em âmbito nacional e internacional. A família ainda não divulgou detalhes sobre a despedida e o enterro.
Ricardo Oliveira Arppi, filho de Romualdo, lamentou a morte e reverenciou o pai. “Estamos arrasados com essa notícia. É uma perda irreparável. Não só para a família, mas para o futebol mundial. Meu pai é uma referência para mim. Ele sempre dedicou a vida para a família. Minha mãe é casada com ele há mais de 50 anos. Ele sempre dedicou tudo da vida para a família e deixou um legado maravilhoso para todos nós”, disse. (Informações Correio Braziliense)