Nesta quarta-feira (30), data em que é comemorado o Dia do Ferroviário, na Rumo em Araraquara, uma família tem muito o que comemorar, afinal pai, tio e filho, os três são de uma família de ferroviários. Daí uma frase que se perpetua e que explica a razão desta paixão por uma das atividades bem antigas, mas que deu a todos eles – segurança e estruturação que simbolizam o comprometimento pelo amor à própria vida.
José Roberto Denarde (pai) 44 anos de ferrovia, Carlos Denarde (tio), 36 anos e Lucas Seroni (filho), 07 anos, formam essa geração, porém há quem diga que no histórico da Rumo, em uma certa época havia cerca de 15 familiares atuando na ferrovia ao mesmo tempo, o que demonstra esse espírito de gratidão à profissão que surgiu entre trilhos.

A história vem de longe. O avô do José e do Carlos iniciou na ferrovia em 1937. Naquela época, as opções de trabalho eram muito limitadas na região — basicamente agricultura ou a atividade ferroviária e assim a empresa ainda fornecia moradia para os funcionários, o que facilitou a continuidade da profissão na família. “Desde pequenos, nós já ajudávamos nas estações, era algo natural”, recorda José Roberto.
Nesta semana às vésperas do Dia do Ferroviário, José Roberto Denarde, Carlos Denarde e Lucas Seroni detalharam suas carreiras na ferrovia, incluindo mudanças de empresa e funções. Em cada um, quando se fala do “ferroviário”, observa-se que há um brilho nos olhos, uma forte expressão de felicidade.
José Roberto ingressou em 1981 como aprendiz e ocupou diversos cargos, está atualmente atuando como especialista em engenharia de operações. Carlos Denarde começou como manobrador e progrediu para inspetor de operações. Lucas Seroni iniciou como estagiário há 9 anos e agora trabalha como analista de operações.
José Roberto, por sua vez, o mais antigo na companhia, possui 44 anos de experiência na ferrovia, tendo ocupado diversas posições e agora atua como especialista em engenharia de operações. Ele é um entusiasta pelo que faz: “Eu entrei em 1981 como aprendiz. Passei por diversas funções até chegar à posição de especialista em engenharia de operações. São 44 anos de ferrovia, muitas histórias e transformações.”
Carlos Denarde, se emociona ao relatar o amor pela profissão, após ter começado como manobrador: “Depois de muita dedicação, hoje sou inspetor de operações. Assim como meu tio, cresci ouvindo histórias e sempre soube que seguiria esse caminho.”
Já Lucas Seroni sintetiza esse passado e o presente de maneira bem simples: “”Sou da geração mais recente. Entrei como estagiário há nove anos e hoje sou analista de operações. Desde pequeno, nas reuniões de família, a ferrovia era um dos assuntos principais, sempre com muita paixão envolvida.”
Quando questionados sobre as mudanças que aconteceram ao longo dos anos eles parecem ter vivido simultaneamente a mesma emoção num tempo único, que mostra a evolução que o tempo lhes deu: “Muita coisa mudou. Antes, os ferroviários antigos eram muito resistentes a mudanças e à chegada dos novos. Hoje o ambiente é mais acolhedor. A formação dos profissionais também melhorou: além da prática, temos treinamentos específicos. E, claro, a tecnologia revolucionou tudo: os equipamentos ficaram mais modernos e seguros”, comenta José Roberto.
Carlos Denarte, entende que “a ferrovia está sempre evoluindo, principalmente com a expansão da Rumo e os novos projetos. Isso nos obriga a estar em constante aprendizado. Não importa quantos anos de experiência você tenha — sempre há algo novo para aprender, seja com veteranos, seja com os mais jovens.”
O RCIA fez uma pergunta ao mais antigo da família na ferrovia, José Roberto – como vocês enxergam o papel de transmitir conhecimento para as novas gerações? A resposta parecia estar na ponta da língua: “É uma responsabilidade muito grande. Formar novos ferroviários é fundamental para manter viva a cultura ferroviária. Eu me orgulho muito de ver pessoas que formamos chegando a cargos de liderança. Mais do que ensinar a técnica, é transmitir a paixão que temos pela profissão.”
Na verdade, a constante evolução da ferrovia, a expansão da Rumo e novos projetos são fatores que impulsionam o aprendizado contínuo. Os profissionais reconhecem a importância de se manterem abertos ao aprendizado constante, aprendendo tanto com as pessoas mais experientes quanto com as novas gerações.