Ao longo da pandemia do coronavírus, nos quatro cantos do mundo, o setor de entretenimento e eventos repetia um discurso comum: “fomos os primeiros a fechar e seremos os últimos a abrir”. Em Araraquara, não foi diferente. O impacto na vida de quem depende disso foi calculado pelo SinHoRes – Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes, que ainda não tem como dimensionar em valores o que se perdeu com a Covid-19.
Segundo consta um levantamento preliminar no Estado aponta que 98% dos eventos foram afetados e 1,3 milhão de pessoas perderam o emprego no Brasil. Em termos gerais, o prejuízo calculado do começo da pandemia até o fim deste ano é de R$ 270 bilhões. Para dar conta de ficar no zero a zero, saindo do vermelho, os eventos brasileiros precisariam movimentar R$ 355 bilhões até o final de 2023.
O desafio é grande, mas há quem encontrou num primeiro momento a fórmula pra isso. Jorge Lorenzetti, é presidente do Lar Escola Redenção, uma instituição filantrópica e diz que buscou com sua diretoria aproveitar o começo desta retomada colocando a Noite Italiana em uma data que não haveria tanta concorrência.
O público aceitou e nos sentimos orgulhosos em envolver um grande contingente de colaboradores e parceiros, além da presença maciça do público, pontua Lorenzetti, quinze dias depois de reunir quase mil pessoas em um jantar com característica típica das grandes festas italianas organizadas no Brasil.
“Este ano estamos fazendo três anos em um. É incrível! Primeiro que os artistas querem fazer os shows, então todos eles estão com essa agenda de retomada. O público está, sim, aceitando. A gente sempre teve muito sucesso nos eventos que realizados. A gente sente que as pessoas querem voltar, querem se divertir. A vida é uma só”, explicou o presidente da entidade.
A percepção é a mesma para Orlando Samarozano, que veio de Piracicaba especialmente para a Noite Italiana. “Eu acho que as pessoas estão mais intensas. As pessoas estavam sedentas por se divertir. Eu acho também que, como agora não tem mais o uso de máscaras, a gente está aprendendo a viver com esse novo normal”, comentou ao RCIA.
Para ele, antes disso, houve momentos difíceis para pessoas que trabalhavam em promoções ou eventos filantrópicos. “Foi muito difícil ver. Eu escutava muito ‘ah, o mundo de eventos, festa, foram embora’. Mas quando a gente via quem estava trabalhando com isso, era uma agonia que só quem trabalha com isso sabe. Foram as entidades, os organizadores, os garçons, os músicos, os seguranças, todos sofreram”, lembra.
Essa volta, comenta Lorenzetti nos estimula e nos dá alento para a organização de grandes festas, não apenas para nós do Redenção, mas para todos que trabalham na filantropia e que tem a arrecadação voltada para a manutenção de alguma atividade beneficente. “A festa do ano que vem será melhor ainda”, arremata.
A VOLTA DA NOITE ITALIANA / VEJA COMO FOI / FOTOS: JOÃO BOSSOLANE