A cozinha experimental do Espaço Kaparaó recebeu, nesta quinta-feira (14), uma oficina de confecção de ovos de páscoa voltada para os adolescentes e jovens do Programa “Filhos do Sol” (Programa Municipal de Transferência de Renda, Oferta de Ações Socioeducativas, Qualificação Profissional e Vivência no Mundo do Trabalho a Adolescentes e Jovens em Situação de Extremo Risco Pessoal e Social). A atividade foi realizada em parceria com a Coordenadoria de Segurança Alimentar e oferecida em dois períodos, com turmas na parte da manhã e da tarde.
A assessora especial de Políticas para a Juventude, Steyce Chaves, enalteceu o interesse dos alunos. “Eles gostaram muito de aprender, até de levar para a casa e entender como é a produção. Os ovos industriais estão bem caros neste ano e nessa oficina eles veem a preparação e o quanto fica mais barato. Além disso, é muito mais interessante e divertido fazer em casa do que comprar pronto no mercado. E a maioria dos alunos podem transformar isso em uma alternativa de renda e vender na próxima Páscoa ou até mesmo fazer trufas, que tem uma preparação bem parecida com essa que eles tiveram aqui”, ressaltou.
A nutricionista Paula Fernanda de Oliveira, gerente de Abastecimento da Coordenadoria de Segurança Alimentar, apontou que o propósito da iniciativa foi ensinar os jovens a produzirem os ovos com uma visão mais empreendedora. “Como estamos nesse momento de Páscoa e tem toda essa questão cultural do ovo, nós ensinamos eles a prepararem o ovo de colher, que é uma tendência nos últimos anos. Esperamos que eles levem esse conhecimento para um dia aplicarem na geração de renda. Se eles quiserem fazer o ovo para vender, daqui eles saem capacitados para isso”, justificou.
Ela revelou também que a oficina dá a eles recursos para expandirem sua produção além da Páscoa. “Além do ovo, com a mesma barra de chocolate eles podem fazer, por exemplo, trufas. Com a base que eles aprenderam aqui, eles têm conhecimento suficiente para trabalhar em casa nesse segmento de confeitaria e poder vender depois como uma forma de geração de renda. Ensinamos vários recheios, de mousse de maracujá, mousse de limão, brigadeiro tradicional, brigadeiro de morango, e mostramos a eles que é só usar a criatividade para poder desenvolver os diversos tipos de recheios que agradam a população e que sejam fáceis de serem vendidos”, completou a nutricionista, que acrescentou que o custo médio de um ovo produzido artesanalmente é de R$ 20, porém pode ser vendido por R$ 40.
Raissa Fernanda Cavalcanti da Silva, de 18 anos, é moradora do São Rafael e uma das beneficiárias do programa “Filhos do Sol”. Ela elogiou a qualidade do conteúdo ensinado na atividade. “Essa oficina me ensinou muita coisa. Vi que é difícil fazer esses ovos de colher, que têm uma montagem mais difícil, mas estou muito satisfeita porque é algo que pode se tornar uma fonte de renda. O ambiente do Espaço Kaparaó também é muito aconchegante e pretendo fazer outros cursos no futuro”, pontuou.
Executado e gerido pelas secretarias de Direitos Humanos e Participação Popular e Assistência e Desenvolvimento Social, o Programa “Filhos do Sol” visa garantir o direito à renda mínima e a inclusão a adolescentes e jovens que se encontrem em situação de extremo risco pessoal e social. Serão 50 pessoas beneficiadas nesta primeira etapa do programa. A concepção do Filhos do Sol é feita em articulação da Prefeitura com a Vara da Infância e Juventude e do Idoso da Comarca de Araraquara, o Ministério Público do Estado de São Paulo, a Defensoria Pública e a Câmara Municipal.
Para a inserção no programa, os interessados devem entrar em contato com os serviços de proteção social básica ou especial da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social ou serem conduzidos pela Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular. As inscrições passam por uma triagem e validação no Comitê Municipal “Filhos do Sol”.
São critérios para o ingresso a comprovação das condições de extremo risco e a aceitação e cumprimento do plano de acompanhamento pactuado com os serviços que deram origem ao encaminhamento. Dentre as metas do plano estão o término da educação formal e a participação nas ações educacionais ofertadas pelo programa. Os beneficiários do programa recebem uma bolsa e o vale transporte para participar das atividades que ocorrem em diferentes repartições da Prefeitura e também no Centro da Juventude.