Ele detalhou aos jornalistas de que forma o grupo econômico alvo da Operação Nuvem de Fumaça, deflagrada pelo Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (CIRA-SP), age, evitando o recolhimento de tributos e também praticando adulterações na produção de cigarros.
O grupo, cujo modus operandi consiste na separação entre empresas operacionais (que acumulam os débitos tributários) e patrimoniais (que controlam o patrimônio gerado pela atividade econômica para evitar execução por parte do Fisco), deve R$ 3 bilhões União e R$ 213 milhões ao Estado. “O expediente de fraude é variado”, declarou o promotor, referindo-se ao não recolhimento de tributos e até mesmo a adulteração de parcela do que é fabricado.
De acordo com Dal Poz, o cumprimento dos 14 mandados de busca e apreensão nesta terça, nas cidades de Araraquara, São Paulo, Marília, Bady Bassit e Taubaté, acrescentará elementos à investigação, cuja primeira fase contou com quebra de sigilo bancário e fiscal de pessoas jurídicas e físicas. “A operação não se encerra hoje”, disse Thiago Oliveira de Matos, subprocurador-geral adjunto do Contencioso Tributário Fiscal da Procuradoria-Geral do Estado.
“A tendência é que esse valor aumente”, afirmou Eduardo Mendonça, chefe de Monitoramento e Inteligência da Secretaria de Estado da Fazenda. O CIRA-SP é integrado pelo MPSP, pela Procuradoria-Geral do Estado e pela Secretaria da Fazenda e tem como objetivo identificar e apurar os crimes de lavagem de dinheiro e de ocultação de bens, acautelar o patrimônio público, recuperar bens e direitos obtidos ilegalmente.