Uma cachorrinha da raça shih-tzu chamada Chewie por três anos virou caso de justiça em São Carlos/SP. Só depois deste período e uma decisão da Justiça é que Chewie acabou retornando para os braços da sua tutora verdadeira. O fim da novela terminou na tarde desta quarta-feira (29) quando a cachorrinha foi deixada na residência da técnica de enfermagem Catiene (Cacau) Aloa da Silva Oliveira.
Cacau no momento da devolução não se encontrava em casa mas ela conta que o animal foi deixado com o seu filho e para ela acabou sendo uma surpresa pois imaginava que o caso ainda demoraria para ter uma solução definitiva. “Víviamos da saudade que a cachorra nos deixou desde o seu desaparecimento”, comentou.
O paradeiro de Chewie só foi possível descobrir através da divulgação do seu sumiço nas redes sociais; na oportunidade houve uma denúncia anônima, contudo a cachorra estava em uma residência num outro bairro de São Carlos.
A luta, então, passou a ser conseguir a devolução de Chewie. A história ganhou repercussão nacional após reportagem exibida neste domingo (26) no programa Fantástico, da rede Globo.
Para reaver Chewie, a sua tutora entrou na Justiça, mas a expectativa pelo reencontro permanecia uma incógnita, já que a mulher que estaria com Chewie sumiu. Ela deveria devolver a cachorrinha no dia 16 de dezembro.
Para Carol Mattos Galvão, advogada de Cacau no caso, apesar do exame de DNA ter provado a identidade de Chewie, a mulher não a devolvia. Havia uma determinação da Justiça após a realização do exame de DNA feito através de Luck, filho de Chewie, que vive com a família de Cacau, comprovando vínculo genético.
Diante dessas evidências, a mulher que estava com a cachorra deveria devolvê-la a Cacau, que chegou a enfeitar a casa para uma calorosa recepção, com a família toda reunida. Mas quando o oficial de Justiça foi buscar Chewie, a sogra da mulher que estava com o pet informou que ela não morava mais naquele endereço e não sabia seu paradeiro.
Semanas atrás o oficial de Justiça chegou a ir até o trabalho da mulher, que acabou dando como desculpa uma “emergência” para não ir ao serviço e desde então se manteve sumida. Segundo a advogada Carol Galvão, “foi arbitrada uma multa por litigância de má-fé”. Pelo descumprimento da decisão judicial ficou definida multa diária de R$ 1 mil – limitada a R$ 10 mil – até que a ré entregasse a cachorra.
ENTENDENDO O CASO
Cacau teve a posse de Chewie com apenas 45 dias, através da doação feita por uma amiga. A chegada da nova companheira amenizou a perda de outra cachorra da técnica de enfermagem Catiene (Cacau) Aloa da Silva Oliveira.
Porém, em outubro de 2018, quando tinha dois anos de vida, Chewie desapareceu. Cacau na época residia na Bela Vista, em São Carlos/SP e procurou sua “melhor amiga” por toda a vizinha durante uma semana, mas sem sucesso.
Mãe de dois filhos, Cacau disse que Chewie dormia na cama deles. Foram momentos de tristeza e desespero até que, há um ano e meio, ações nas redes sociais deram resultado e a família recebeu uma mensagem informando o local onde a cachorrinha estava em posse de uma mulher, sendo chamada pelo nome de Pandora.
Desde então Cacau passou a investigar, descobriu o endereço da mulher e foi atrás de Chewie, mas não encontrou a cachorra. Segundo ela, a mulher teria dito que a cachorrinha não estava lá naquele momento, mas que a entregaria no dia seguinte. Mas isso não ocorreu até esta segunda-feira (27).
A decisão da Justiça recentemente pesou para a ré que tinha um prazo para a devolução e uma multa diária. Preocupada, a ré devolveu nesta tarde de segunda, mas explicou que neste período a cachorra se tornou um membro da família. A volta de Chewie foi comemorada por Cacau com muita festa. (Com informações do SCA).