Hércules Praça Barroso e Fernanda Morales Teixeira Barroso, são os advogados presos nesta terça-feira (17) em sua casa localizada em condomínio de luxo em São Carlos, o Damha 01. Eles são acusados de contratarem dois pistoleiros para matar o casal Rosana Ferrari e José Eduardo Ometto Pavan, ambos empresários em Araraquara. Um dos negócios do casal era a Escola Infantil Educandário, na Avenida José Bonifácio.
De acordo com informações da própria família os advogados trabalhavam para as vítimas há mais de 10 anos e sempre demonstraram a todos – muita confiabilidade nos tratos e negociações, bem como no acompanhamento de processos que surgiam, dada a vida empresarial que levavam.
A defesa de Fernanda e Hércules contesta a prisão dos colegas e prega que, havia uma relação muito forte e de plena responsabilidade entre as partes, acreditando que vai conseguir provar esse relacionamento dos acusados com os clientes assassinados no dia 07 de abril. Ele ainda diz que – as provas são frágeis.
Ao mesmo tempo que ocorria a prisão dos supostos mandantes dos crimes em São Carlos, também eram detidos os dois pistoleiros contratados na Praia Grande, onde residem. As identidades, no entanto, ainda não foram reveladas pelas autoridades policiais.
A ação dos agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de Piracicaba ganhou a chancela de “Jogo Duplo”, dada a forma de atuação dos advogados com os clientes, pois faziam verdadeiramente um jogo para atuar em duplicidade, buscando tirar benefícios.
Os investigados, segundo apurado pelo RCIA, devem responder por homicídio qualificado, associação criminosa, estelionato, falsidade ideológica, uso de documento falso e ocultação de cadáver.
COMO TUDO ERA FEITO DE FORMA ENGANOSA
Informações obtidas pelo RCIA revelam que os advogados falsificaram documentos para ludibriar o casal e assim acabaram se apropriando de R$ 12 milhões em imóveis, além de cerca de R$ 2,8 milhões informando que os valores eram para pagamentos de custos processuais. No entanto, as guias seriam inexistentes, ou seja, falsos comprovantes, obrigando os clientes a efetuarem os pagamentos.
Durante as investigações feitas pelo DEIC, observou-se que Fernanda Morales Teixeira teve seu nome inserido como sócia de uma das empresas de José Eduardo com atuação no ramo imobiliário e uma participação ativa correspondente a R$ 120 mil. Com a apropriação dos bens finalizada, de acordo com a Polícia Civil, os advogados teriam encomendado as mortes de José Eduardo e Rosana.
