A Seleção vai enfrentar a Espanha, nesta terça-feira (26), no mítico Santiago Bernabéu. O amistoso faz parte da campanha de impacto global de combate ao racismo promovida pela CBF e pela Real Federação Espanhola de Futebol. O jogo será disputado a partir das 17h30 (horário de Brasília) e contará com a transmissão em várias plataformas do Grupo Globo.
A partida será a segunda do Brasil sob o comando de Dorival Júnior. No sábado (23), a Seleção venceu a Inglaterra, por 1 a 0, em Wembley, com um gol de Endrick. O jogador do Palmeiras de 17 anos entrou para a história ao ser o mais jovem atleta a fazer um gol do centenário estádio inglês.
UMA SÓ PELE, UMA SÓ IDENTIDADE
Além de ser um clássico do futebol mundial, o amistoso faz parte da campanha de combate ao racismo promovida pela CBF e pela Federação Espanhola de Futebol. Vítima de uma série de ataques racistas nos últimos anos, o atacante Vinicius Júnior receberá o apoio das duas torcidas.
Na segunda-feira (25), o atacante do Real Madrid fez um desabafo na entrevista coletiva realizada no CT do clube espanhol. Ele chorou, declarou que “cada vez tem menos vontade de jogar” e explicou sua luta contra o racismo.
“Sou contra os racistas do mundo, de toda a parte. Quero igualdade para todos nós”, disse o jogador de 23 anos.
Com o slogan “uma só pele; uma só identidade”, o conceito desenvolvido pela CBF conta com uma identidade visual com destaque para o preto. Já na chegada da delegação brasileira em Madri na noite de domingo, os jogadores percorreram o trajeto do aeroporto até o hotel num ônibus preto com o mote da campanha. O Brasil costuma usar nas viagens ônibus com as cores verde e amarela.
Na hora do hino, jogadores utilizarão jaqueta preta com dizeres em português, inglês e espanhol e patch especial da partida “uma só pele”.
“Essa partida é uma mensagem forte para todo mundo que não há mais lugar para racistas no futebol. A CBF segue lutando contra todo tipo de preconceito”, afirmou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, o primeiro negro e nordestino a comandar a entidade em mais de 100 anos de história.
A CBF é a única entidade nacional a implementar a punição desportiva por atos racistas no Regulamento Geral de Competições (RGC). Ao tomar posse no Conselho da Fifa no ano passado, Ednaldo Rodrigues anunciou que faria do combate ao racismo uma de suas missões no principal órgão executivo do futebol mundial. Neste mês, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, anunciou que lançará um manifesto global de combate ao racismo no futebol envolvendo os 211 países filiados. O anúncio das ações será feito no Congresso da Fifa, marcado para o dia 17 de maio, na Tailândia.
O amistoso contra a Espanha será o segundo de Dorival Júnior no comando da Seleção. Ele foi contratado em janeiro para iniciar um novo ciclo. O treinador ensaiou o time no treino de segunda-feira (25) em Madri. A escalação só será revelada horas antes da partida.
“Temos a questão de manter o time, começar a ter uma cara, um encaixe, com os jogadores. Ou também observar outros atletas, já que é um amistoso, e estamos em início de trabalho. Vamos definir isso somente até o meio-dia de amanhã [terça-feira]”, disse Dorival Júnior.
Provável palco da final da Copa do Mundo de 2030, o Santiago Bernabéu é uma das arenas mais modernas do planeta. Em reforma desde 2019, o Bernabéu deve receber eventos 365 dias no ano. Diretores do clube estimam que o estádio deve receber cerca de 2 milhões de visitantes por ano, ultrapassando o Museu do Prado. Para atrair tanta gente, o Estádio conta com uma série de lojas de alto padrão e restaurantes de todos os preços para que uma pessoa possa passar o dia inteiro na Arena.
Além de partidas de futebol, o estádio deve receber shows de música e competições esportivas, como futebol americano, tênis, e congressos corporativos.
O amistoso é o primeiro entre as duas equipes desde 2013, quando disputaram a final da Copa das Confederações. Na época, o Brasil conquistou o título da competição em pleno Maracanã ao vencer os atuais campeões mundiais por 3 a 0.
A Seleção já enfrentou a Espanha em cinco Copas do Mundo. Ganhou três partidas e sofreu apenas uma derrota. Em 1934, o Brasil perdeu por 3 a 1, no Mundial da França. Já na Copa de 50, a Amarelinha goleou por 6 a 1, no Maracanã lotado. No Mundial de 62, no Chile, a Seleção venceu por 2 a 1. Em 78, na Argentina, os dois países empataram em 1 a 1. A última partida em Mundiais foi no México-86, quando os brasileiros ganharam por 1 a 0.
No total, o Brasil venceu cinco confrontos, perdeu dois e empatou duas.
“A seleção espanhola é jovem e, assim como a seleção brasileira, merece respeito pelo que vem desempenhando ao longo dos últimos meses”, disse Dorival Júnior.