Neste final de semana em Dobrada,dias 16 e 17, aconteceu o Programa Promovendo a Saúde no Campo, instituído pelo Senar SP, desenvolvendo atividades relacionadas ao saneamento básico rural, apresentando técnicas relacionadas a infraestrutura e educação ambiental.
O trabalho coordenado pela instrutora do Senar SP, a engenheira agrônoma Cahina de Camillo Silva, se resume em ensinar detalhes de como se construir uma fossa séptica biodigestor, que além de evitar a contaminação dos rios e córregos, produz adubo orgânico líquido que pode ser utilizado em lavouras e pomares.
A técnica para a construção da fossa biodigestora é simples, disse Cahina. Consiste em três caixas d’água conectadas entre si e que são enterradas para manter isolamento térmico. A primeira delas é ligada ao sistema de esgoto e recebe, uma vez por mês, 20 litros de uma mistura com 50% de água e 50% de esterco bovino fresco.
Esse material, explicou a instrutora, junto com as fezes humanas, fermenta. A alta temperatura e a vedação das duas primeiras caixas eliminam os patógenes, os fungos e bactérias.

No final do processo, depois de um mês, o líquido, que vai passando de uma caixa para outra decompondo as bactérias, estará sem micróbios e pode ser usado como adubo. “Além do adubo, se reaproveita cerca de 3.000 litros de água”, comentou a engenheira, informando que cada descarga num vaso sanitário consome cerca de 6 litros de água.
Em uma das caixas é colocado pedra brita e areia fina, separadas por uma manta, para que se forme uma espécie de filtro. A água que sai no final só não é recomendável que se utilize diretamente para molhar hortaliças. Mas pode perfeitamente ser usada na lavoura de café, algodão e nos pomares.
O curso organizado pelo Sindicato Rural de Araraquara foi custeado pelo Senar, sendo totalmente gratuito para todos os participantes, argumentou o coordenador regional do Senar em Araraquara, engenheiro agrônomo João Henrique de Souza Freitas.
São Paulo é o Estado onde se 80% do esgoto é tratado. No Brasil a média de tratamento de esgoto é de apenas 52%. “Tem muito ainda a ser feito para possamos atingir 100% de esgoto tratado em todo o Brasil para se evitar a poluição dos rios e córregos”, informa Cahina.