No início da década de 70, uma nova escola cinematográfica começa a chamar atenção nos Estados Unidos. Inspirados nas vanguardas européias, jovens diretores passaram a mostrar, com a “Nova Hollywood”, uma visão mais crítica da sociedade, sempre apoiada por pensamentos ligados à contracultura.
Entre esses cineastas estavam icônicos nomes como George Lucas, Steven Spielberg, Martin Scorsese e Francis Ford Coppola. Todos lançaram produções populares no mundo todo, mas podemos dizer que Coppola assina, talvez, um dos mais importantes clássicos da sétima arte (segundo público e imprensa): “O Poderoso Chefão”, cuja estreia completa 50 anos em 2022.
Indicado a dez categorias no Oscar (vencendo em “Melhor Filme”, “Roteiro Adaptado” e “Melhor Ator”), o longa surgiu de uma adaptação do romance do escritor estadunidense Mario Puzo (1920 – 1999). Virou, anos depois, uma trilogia, completada por “O Poderoso Chefão: Parte II” (1974) e “O Poderoso Chefão: Parte III” (1990).
Fã de carteirinha, o cinéfilo e jornalista matonense Rafael Perazzolli (36) resume, sem delongas: “é a maior trilogia do cinema de todos os tempos”. “O Poderoso Chefão é uma verdadeira aula de como fazer cinema. A direção de Francis Ford Coppola ainda hoje é estudada e admirada por muitos. Chegando neste 2022 aos 50 anos, o primeiro filme marcou a história do cinema, com uma fotografia impecável, elenco e atuações primorosas, dividido em três filmes intocáveis- na verdade, quase, pois ainda acho o terceiro um pouco abaixo dos outros”, comenta.
Para Perazzolli, inclusive, a produção tornou-se um importante produto dentro da história da cultura pop. “Os diálogos são reconhecidos até hoje e a imagem do Don Corleone estampa uma infinidade de coisas. A música tema traz lembranças nos primeiros acordes e tudo que foi feito com o tema máfia após 1972 bebeu na fonte do Coppola. Parabéns pelos 50 anos, pois o resto é história”, finaliza.
TRAMA
Connie, a filha de Don Corleone, está se casando. Como um senhor feudal, ele recebe os cumprimentos e promessas de lealdade dos parentes e clientes. Os outros filhos estão presentes: o sangue quente Sony, o mais velho que irá substitui-lo, e Fredo, que não se adequa aos negócios da família.
O preferido é o mais novo, Michael, que voltou como herói da II Guerra Mundial e não tem nenhum envolvimento com a máfia. Porém, devido à incapacidade do pai, se vê forçado a assumir a liderança da família, contrariando o que o pai queria para seu futuro. No elenco, o eterno destaque para as atuações de Marlon Brando, Robert Duvall e Al Pacino.
Por Matheus Vieira