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Vereador Magal absolvido pela opinião pública: não deve ser expulso do MDB

Que Magal Verri é afinado com os projetos do prefeito Edinho Silva, isso nem se discute, mas daí até a expulsão é preciso que o MDB passe por uma reflexão

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Magal Verri, vereador acusado pelo MDB de votar nos projetos enviados à Câmara pelo prefeito

Durante 10 dias o RCIARARAQUARA indagou a população se o vereador Magal Verri, eleito pelo MDB em 2016, deveria ser expulso do partido pelo que chamam de infidelidade partidária.

Mas por que seria ele punido pelo partido? É simples. O MDB sempre fez duras críticas ao modelo de governo do atual prefeito Edinho Silva (PT).
Um dos projetos que a sigla é contrária trata-se dos lotes urbanizados, que segundo o ex-prefeito Marcelo Barbieri (MDB), pode transformar vários pontos da cidade em “favelas”.

O projeto foi à votação na Câmara Municipal em julho sendo aprovado, contando também com o voto do vereador emedebista Magal Verri. Segundo o presidente do diretório local Aluísio Brás o Boi, o partido já havia deliberado que os vereadores da sigla seriam contrários ao projeto encaminhado pela prefeitura.

Na ocasião Magal disse que votou de acordo com sua consciência e que isto seria um beneficio ao povo que não tem condições financeiras para adquirir a casa própria.

O conselho de ética do partido foi acionado para o julgamento da questão de Magal, que em algumas ocasiões votou favoravelmente aos projetos alinhados ao prefeito, não seguindo as ideologias a qual o MDB representa. Até o final de setembro o partido deve decidir se expulsa o vereador ou aplicará uma advertência.

A partir daí o RCIARARAQUARA perguntou à população através de uma enquete: Magal deve ser expulso por trair a confiança do partido? Pelo menos 66% dos internautas optaram em tirar Magal da ‘cadeira elétrica’, inocentando-o, e alegando que o político deve votar com a sua consciência, mesmo que a cidade corra o risco de se tornar uma favela – como disse Marcelo Barbieri com os lotes urbanizados.

Sorrateiramente o prefeito Edinho Silva parece ter induzido Magal ao voto, levando Barbieri a exigir através de Aluísio Brás, o Boi, explicações de Magal que já teria dito – voto com minha consciência. Por ter pavio curto, Barbieri teria dito que Araraquara poderia caminhar para o ‘favelamento’, quer dizer, favoreceu o lado esquerdo de Edinho. Ou Marcelo Barbieri teria sido mais sábio: sei que não tenho a simpatia da esquerda então chamo o centro-direita para o meu lado.

Ainda que 66% entenda que ele não deve ser expulso do MDB, é verdade que o risco é eminente, pois basicamente, a fidelidade partidária consiste na obrigação que os parlamentares possuem com seus partidos, de acordo com regras estabelecidas previamente. Sempre que um candidato se filia a um partido para disputar as eleições, ele deve estar ciente de que, se eleito, deve seguir alguns princípios da legenda e, às vezes, abrir mão da sua vontade para seguir o que é mandado pelos líderes partidários pode acabar em penalidades.

Segundo o artigo 24 da Lei 9.096 de 1995, o integrante do partido na Casa Legislativa tem o dever de subordinar a sua ação parlamentar aos princípios doutrinários e programáticos e às diretrizes estabelecidas pelo partido, desde que a conduta conste no estatuto partidário, que deve ser registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Nos corredores da Câmara Municipal fala-se que há um outro ponto de desconfiança sobre as atitudes do vereador: ele teria acompanhado o prefeito Edinho até Brasília em uma missão do interesse do parlamentar, o que também não teria “pegado” bem. Dentro das conjecturas, Magal se expulso, faria bem para qualquer partido coligado com o PT principalmente para esvaziar o centro-direita. Mas, pensando bem isso poderia lhe custar a reeleição para vereador e em casos assim não há enquete que possa acertar o que caminha pelo errado.