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Governo deve anunciar liberação de R$ 63 bilhões do FGTS e PIS/Pasep

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No fim de maio, o ministro já havia dito que as medidas estavam em estudo, mas só seriam anunciadas após a aprovação da reforma da Previdência

Paulo Guedes afirmou que espera a liberação de R$ 42 bilhões do FGTS e R$ 21 bilhões do PIS/Pasep; equipe econômica também se prepara para anunciar detalhes do programa de privatização

O governo Bolsonaro deve anunciar a  liberação do saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para estimular o consumo das famílias e impulsionar a economia. Diferente do governo Temer, que liberou o dinheiro das contas inativas, a equipe econômica estuda também o saque das contas ativas — isto é, vinculadas ao atual emprego do trabalhador e que está recebendo depósitos.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ao jornal “Valor Econômico” que  a expectativa é liberar 42 bilhões de reais do FGTS, a serem sacados no mês de aniversário dos correntistas. No caso das cotas do PIS/Pasep, ele prevê que 21 bilhões ficarão disponíveis.  “Agora, com o avanço na tramitação da Previdência, podemos levar essas medidas adiante”, afirmou ao jornal durante visita à Argentina, onde participa junto com o presidente Jair Bolsonaro da cúpula do Mercosul.

No fim de maio, o ministro já havia dito que as medidas estavam em estudo, mas só seriam anunciadas após a aprovação da reforma da Previdência. O texto passou em primeiro turno na Câmara dos Deputados semana passada e tem segunda votação agendada para agosto. Após a tramitação na casa, a medida precisa passar pelo Senado para começar a valer.

No caso das contas ativas, uma das ideias é autorizar os saques proporcionais. Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, quem tem até 5 mil reais no fundo, poderia pegar 35% do saldo; trabalhadores com até 10 mil reais no FGTS teriam autorização para sacar 30%. Ainda se discutia qual parcela terá direito quem tem entre 10 mil reais e 50 mil reais no FGTS, mas o porcentual não foi definido. Acima de 50 mil reais, o trabalhador só poderia sacar 10% do saldo total.

Em 2017, 25,9 milhões de trabalhadores fizeram o saque de cerca de 44 bilhões de reais contas inativas do FGTS, àquelas que não têm mais depósitos, seja porque o trabalhador pediu demissão ou foi desligado da empresa por justa causa.

Hoje o trabalhador pode sacar o FGTS se for demitido sem justa causa. Além da liberação, o funcionário recebe uma multa de 40% sobre o dinheiro depositado no fundo como indenização. Segundo fontes da equipe econômica, o governo pode limitar o saque do fundo para quem foi desligado sem motivo da empresa. Com a reforma trabalhista, em vigor desde novembro de 2017, há uma medida que libera 80% do saldo do FGTS com uma multa de 20% sobre o fundo para trabalhadores e empresas que entrarem em acordo sobre o desligamento do funcionário de suas funções.

Atualmente, além do saque após demissão sem justa causa, há outras situações em que é possível liberar o fundo: compra da casa própria e doenças graves, como câncer e AIDS, são algumas das hipóteses.