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Preço da cesta básica em Araraquara mantém tendência de alta em fevereiro, diz Sincomercio

Valor total dos itens analisados em pesquisa do Núcleo de Economia do Sincomercio é de R$ 1.068,60, um encarecimento de R$ 11,12 na comparação com janeiro

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Os preços dos ovos processados atingiram recorde em fevereiro, mostra o Sincomercio

O valor médio da cesta básica em Araraquara apresentou alta de 1,05% em fevereiro, segundo a pesquisa mensal do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara. Com isso, o preço médio da cesta passou para R$ 1.068,60, um encarecimento de R$ 11,12 ao valor registrando em janeiro (R$ 1.057,48).

Gráfico 1 – Evolução do custo médio e variação mensal da cesta básica em Araraquara – fevereiro/2024 a fevereiro/2025

Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara

Dois dos três grandes grupos avaliados pela pesquisa apresentaram aumento de preço no período: alimentação, que possui maior peso no custo total da cesta, com inflação de 1,11% ou incremento de R$ 9,73; e higiene pessoal, com variação positiva de 1,22% ou alta de R$ 1,40 no preço médio. Já o grupo de limpeza doméstica teve ligeira deflação de 0,01%, o que significou um barateamento de R$ 0,01.

Para conferir a pesquisa completa, acesse aqui.

Já os principais aumentos percentuais foram: 1) ovos brancos (27,3%); 2) café torrado e moído (7,3%); 3) desodorante spray (6,0%); 4) farinha de mandioca torrada (5,8%); 5) carne de segunda – acém (3,6%). Os produtos com maior decréscimo percentual foram: 1) batata (-8,6%); 2) linguiça fresca (-5,8%); 3) margarina vegetal (-4,8%); 4) sabão em barra (-4,5%); óleo de soja (-3,5%).

Os ovos brancos foram responsáveis pelo maior aumento em termos monetários, provocando o acréscimo de R$ 7,83 no custo médio da cesta, em razão do aumento de R$ 2,61/cartela dúzia. Na outra ponta, o item que mais aliviou o bolso dos consumidores foi a carne de primeira – contrafilé, com um decréscimo de R$ 1,64 no custo da cesta analisada, em razão da diminuição de R$ 0,55/kg.

Os preços dos ovos processados, inclusive, atingiram recorde em fevereiro desde que série histórica da Secex foi iniciada em 1997. Isso reflete a crescente demanda dos Estados Unidos, que enfrentam surto de gripe aviária, segundo o relatório do Cepea/ ESALQ-USP. O volume importado pelo país atingiu mais que o dobro do resultado observado em janeiro, tornando-se o principal destino dos embarques brasileiros desse item.

“Além disso, no lado da oferta, a qualidade dos ovos foi afetada pelas ondas de calor observadas no mês, e no lado da demanda, os preços usualmente aumentam no período de quaresma, devido a maior procura por uma alternativa à carne”, explica Maria Clara Kirsch, pesquisadora do Núcleo de Economia do Sincomercio.

Outro item responsável por puxar para o alto preço da alimentação é o café torrado e moído, cujo o quilo subiu R$ 2,05 em fevereiro, totalizando um aumento de R$ 6,16 no custo da cesta mensal. Segundo o Cepea, os preços do café arábica novamente atingiram recordes reais da série histórica iniciada em 1996. Ainda segundo os pesquisadores, os baixos estoques nacional e global são fatores que explicam o movimento de alta, junto com a demanda que continua aquecida, mesmo diante dos preços elevados. Fora isso, o forte calor e alguns dias mais secos observados em fevereiro também deixaram os produtores em alerta.

Já a queda no valor do contrafilé se associa a um cenário de maior oferta de fêmeas, o que pressiona a redução do valor de venda da carne. Segundo o Cepea, os frigoríficos têm tentado diariamente ajustar em direção descendente as cotações do boi. De acordo com os pesquisadores, até o dia 25 de fevereiro, o indicador recuou 3,81%, fechando a R$ 321,21, e no atacado da Grande São Paulo, a carcaça casada bovina acumula desvalorização de 2,9% no mês, valendo R$ 21,79 à vista.

Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara

Gráfico 2 – Evolução do preço médio e da variação mensal dos Ovos brancos – fevereiro/2023 a fevereiro/2025

INFLAÇÃO

A variação acumulada em 12 meses foi de 13,76%, ou seja, encarecimento de R$ 129,23. Sobre grupos, o de alimentação registrou inflação de 16,55%, equivalente a R$ 125,75, e o de higiene pessoal aumentou 4,41%, ou R$ 4,90. Já os produtos de limpeza doméstica ficaram 2,08%, ou R$ 1,42 mais baratos.

Entre os produtos, 22 dos 32 oscilaram em direção ascendente – o que corresponde a 68,75% dos itens que compõem a cesta básica analisada. No acumulado de março de 2024 a fevereiro de 2025, destacam-se: 1) café torrado e moído (90,41%), 2) alho (56,41%), 3) carne de segunda – acém (40,16%), 4) óleo de soja (36,57%) e 5) queijo muçarela – peça (28,59%). Já os produtos com as maiores reduções percentuais foram: 1) batata (-59,23%), 2) cebola (-52,86%), 3) feijão carioca (-18,14%), 4) sabonete em barra (-8,3%) e 5) biscoito maisena (-5,56%).

SALÁRIO-MÍNIMO

O custo médio da cesta básica em Araraquara representa, até o mês de fevereiro de 2025, cerca de 70,4% do salário-mínimo, já reajustado no mês de referência. O valor é inferior ao registrado no mês anterior e aproximadamente 4 pontos percentuais acima do registrado no mesmo mês do ano anterior, isto é, em fevereiro de 2024, quando o valor da cesta básica representava 66,5% do salário-mínimo vigente à época. Em fevereiro de 2023 e 2022, a cesta básica custava, em média, R$ 933,79 e R$ 867,56, representando, respectivamente, 71,7% e 71,6% do salário-mínimo do araraquarense.

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, para um trabalhador que recebe o piso nacional vigente de R$ 1.518,00, já ajustado, em fevereiro, ficou em 154 horas e 52 minutos, aproximadamente. Essa jornada é inferior ao mês anterior, janeiro de 2025, quando eram necessárias 164 horas e 45 minutos de trabalho para consumir a mesma quantidade de produtos.

Gráfico 3 – Variação mensal do preço médio dos produtos componentes da Pesquisa de Preços da Cesta Básica em Araraquara – fevereiro/2025

Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara

Coordenação de pesquisa: Elton Casagrande | Pesquisadores: Maria Clara Kirsch Junqueira e Bruno H. Camacho