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Acionista quer novas garantias para venda de 49% da Ferroviária S/A

De um lado o acordo anunciado de que a MS Sport, de Saul Klein, investirá na Ferroviária S/A e do outro a discussão de garantias para que o clube não perca sua identidade. Uma semana agitada nos meios esportivos de Araraquara.

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Milton Cardoso, atual presidente do Conselho Deliberativo da Ferroviária (antiga)

Nesta terça-feira (19), quando acionistas e conselheiros da Ferroviária S/A estiverem reunidos para definição da venda de pelo menos 49% das ações que pertencem ao fabricante de cigarros Luiz Antônio Duarte Ferreira, o Cai Cai, o empresário Saul Klein que se apresenta como comprador e investidor, terá que enfrentar algumas exigências que já vem sendo feitas publicamente pelo acionista Milton Cardoso (1%) que paralelamente é o presidente do Conselho Deliberativo da antiga Associação Ferroviária de Esportes.

Milton Cardoso vai pedir para constar em ata que – de forma ‘eterna’ a marca Associação Ferroviária de Esportes nunca poderá sair de Araraquara, primeiro porque é ela, fundada em 1950, que detém os direitos federativos e sem eles a Ferroviária S/A não poderá disputar competições oficiais. Há ainda outra observação: há cada 5 anos o contrato existente entre a “velha e a nova Ferroviária” deve ser renovado.

Representando o pensamento de um grande número de torcedores o acionista garante que fará constar na ata outras exigências como: a empresa MS Sports, compradora das ações de Cai-Cai, não poderá fazer alterações na logomarca (distintivo) do clube, não promover alterações nas cores da camisa (grená e branco) e nem levar para outras cidades o mando de jogos, a não ser em casos excepcionais como a interdição da Arena da Fonte.

Milton Cardoso entende que se trata de um bom negócio, mas é importante a precaução, além de garantias. Saul Klein é herdeiro de uma grande rede de varejo de móveis e eletrodomésticos (Casas Bahia) e sonha ver a Ferroviária brilhando na Série A do Campeonato Paulista e na Série D do Campeonato Brasileiro.

Klein não é novato no ramo de investimentos esportivos. É conhecido por ter sido o mecenas que levou o São Caetano a supremacia do futebol nacional na década passada; além dele, Giuliano Bertoluci, um dos agentes de atletas mais influentes do país, fará companhia a Klein na Ferroviária S/A. Na cláusula contratual, que foi discutida com a atual administração do clube, já consta que a Ferroviária não pode ser retirada de Araraquara. As outras exigências devem ser apresentadas durante a reunião.

O Portal Sport Buzz publicou em uma de suas edições que a estrutura foi fator principal para a decisão do empresário Saul Klein. Santo André e Comercial também estavam na mira.

Ainda que Saul Klein tenha 49% das ações da Ferroviária S/A, será dele – como investidor, a palavra definitiva em todas as decisões, pois poderá contar com votos de acionistas ligados ao prefeito Edinho Silva, um dos principais articuladores nesta transação.

A princípio, a folha de pagamento deve mais que dobrar em relação ao clube que pagou no último campeonato Paulista. O time de Araraquara gastava quase R$ 800 mil por mês. Agora a projeção é que gire em torno de R$2 milhões por mês.

Nesta semana, o elenco de jogadores do São Caetano, fez um apelo nas redes sociais para que Klein não se distanciasse do clube e ajudasse a colocar as contas em dia. Entretanto, ele quer um clube empresa que esteja com as dívidas todas resolvidas, por isso a Ferroviária passou por minuciosa auditoria em suas contas nas últimas semanas.