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Morre Valdir Joaquim de Moraes, primeiro goleiro da “Academia” do Palmeiras

Ex-jogador estava internado na UTI e teve a morte confirmada na tarde deste sábado

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Valdir Joaquim de Moraes estava com 88 anos - Crédito: Reprodução / TV Palmeiras

Faleceu na tarde deste sábado, em Porto Alegre, aos 88 anos, Valdir Joaquim de Moraes, primeiro goleiro da consagrada “Academia” do Palmeiras nos anos 60.

Em nota, a assessoria do Palmeiras informou que o ex-jogador estava internado na UTI do Hospital Moinhos de Vento, na capital gaúcha e sua cidade-natal, desde a última terça-feira, após ter passado mal. O seu quadro piorou e teve a confirmação da morte por falência múltipla dos órgãos.

Desde 2016, Valdir de Morais estava debilitado devido ao fato de ter sofrido um AVC. Em 2017, o guarda-metas fraturou o fêmur e passou a ficar de cama. O estado do emblemático personagem do futebol brasileiro, no entanto, se agravou nos últimos meses, sendo que ficou ainda mais crítico nas últimas semanas.

Valdir de Morais deixa a esposa Yvonne Carvalho de Morais, de 87 anos, com quem foi casado por sete décadas, os filhos Renato Carvalho de Morais, 64 anos, e Denise Carvalho de Morais, de 59. Seus netos – ambos filhos de Renato – são Danny Morais (atualmente jogador do Santa Cruz, de 34 anos) e Suanny Morais, de 37. Além disso, Valdir tinha cinco bisnetos: Bernardo, Matheus e Henrique (filhos de Danny Morais); além de Sofia e Thomaz (filhos de Suanny).

CARREIRA

Em baixo das traves, Valdir iniciou a carreira em 1947, no extinto Renner, de Porto Alegre, jogando até 1958, quando se transferiu para o Palmeiras, onde iniciou uma das grandes histórias do clube, ao lado do treinador Oswaldo Brandão.

Mesmo possuindo 1,75 de altura, era um dos melhores da posição naquele período. Com a camisa alviverde, foram 480 jogos e conquistou o Campeonato Paulista em 1959, 1963 e 1966; Campeonato Brasileiro em 1960, 1967 (Torneio Roberto Gomes Pedrosa) e 1967 (Taça Brasil); Torneio Rio-São Paulo em 1965.

Por o time ter um futebol vistoso e bonito de se ver, a imprensa brasileiro colocou a alcunha de “Academia de Futebol” ao Verdão.

O então goleiro defendeu o clube até 1968. No ano seguinte, defendeu o Cruzeiro e depois encerrou a carreira como jogador profissional.

Na década de 70, foi chamado por Oswaldo Brandão para assumir na seleção o posto de auxiliar, porém Valdir sugeriu em fazer um trabalho específico com os goleiros, sendo então pioneiro no que é chamado hoje de preparador de goleiros, presente na maioria dos clubes de todo o mundo.

Como preparador, além da seleção brasileira, passou também por São Paulo (1993-97) e Corinthians (2008-12), e foi também auxiliar-técnico do Palmeiras (1990-1996). Seu último trabalho no futebol foi em 2012, quando foi consultor e observador técnico do Verdão.

Goleiro participou da primeira “Academia de Futebol” do Palmeiras – Crédito: Divulgação / Palmeiras.com.br

Quando estava no Tricolor Paulista, foi um dos responsáveis, ao lado de Telê Santana, por dar chance ao então novato Rogério Ceni, que se tornaria o maior ídolo da história do clube.

“Acabou saindo melhor do que a encomenda, não imaginei que ele fosse se transformar em tudo isso. Imagine quem o futebol teria perdido”, disse Valdir em entrevista ao site Gazeta Esportiva, em 2015.

Durante toda a sua carreira, Rogério sempre lembrou de Valdir como um dos seus principais mentores no gol.