A Ferroviária decide hoje a Libertadores Feminina de 2020, diante do América de Cali, às 19h45, no estádio José Amalfitani, em Buenos Aires, Argentina.
Um dos destaques da equipe no torneio, a goleira Luciana foi entrevistada pelo site da FIFA, onde contou mais sobre a sua carreira e suas inspirações, tendo como referência os ex-goleiros Taffarel e Dida, e admira Alisson, Weverton e Tadeu, ex-Ferroviária e hoje no Goiás.
– Pratique muitas penalidades e também estudei muito os grandes defensores, não apenas no feminino, mas também no masculino. Eu sempre admirei muito o Dida. Ele não tinha emoção, você nunca via uma expressão em seu rosto. Creio que consegui um pouco disso. Acaba sendo uma vantagem, pois você precisa ficar sem expressão quando você é um goleiro, ainda mais em cobranças de pênaltis.
– Também sou uma grande fã do Taffarel. Estou velha (risos), então eu tive sorte em ver muito o Dida e um pouco do Taffarel. Estudei muitos os vídeos dele também. Eles são as minhas grandes inspirações. Outros que também estou estudando são Alisson, Weverton e Tadeu. Eu acredito que quanto mais você estudar e praticar, melhor você fica – completou a arqueira grená.
Sobre a Libertadores, Luciana comentou também das disputas por pênaltis diante da Universidad de Chile, esta sendo a sua 10ª disputa em toda a carreira.
Já nas cobranças alternadas, ela viu Ana Alice desperdiçar e se as chilenas fizessem o próximo gol, eliminaria o time de Araraquara da competição. Porém, a batedora Rebeca Fernandez parou em nova defesa da goleira grená.
– Eu escutei a Luana gritando “Ainda não acabou, Ana Alice”. Eu olhei e vi que ela estava muito abalada. Luana deu um outro grito “não chore que ainda não acabou”. Então eu disse para mim mesma “eu não posso deixar isso acontecer”. Ana Alice tem sido muito importante para nós dentro da Libertadores. Jogo após jogo. Ela não poderia ser a vilã, isso seria uma grande injustiça. Eu estava determinada a salvá-la. Eu orei à Deus, esperei até o último instante para pular pro lado direito, e graças à Deus eu pude salvar – revelou.
Ela também comentou sobre as ausências do Corinthians na grande final e também do Avaí/Kindermann, que acabou ficando ainda na fase de grupos da competição e era um dos favoritos também ao título.
– Queríamos o Corinthians na final, queríamos outro time brasileiro na final. Eu tenho algumas boas amigas no Corinthians, e eu fiquei muito triste por elas não terem chegado a esta final. Isso vale também para o Kindermann, pois sempre queremos os times brasileiros fazendo bonito. Corinthians é um clube magnifico, não tenho palavras para descrevê-las. Espero que elas consigam superar este momento e vençam o terceiro lugar. Eu sei que elas vão torcer muito por nós na final. Não importa se somos nós, Corinthians ou Kindermann. O importante é ganhar este troféu para o Brasil.
Após defender a seleção brasileira na Copa do Mundo de 2015, no Canadá, Luciana pensou em abandonar a carreira depois de ter sido muito criticado sobre o seu desempenho na partida diante da Austrália, perdendo por 1 a 0, caindo nas oitavas de final.
– Eu fiquei muito triste, realmente pra baixo. Eu tive um momento difícil. Estava cansada de futebol. Eu queria sair, mas a minha família não deixo. Eles me apoiaram muito e, graças à Deus, voltei a treinar e hoje eu estou aqui, muito feliz pelo que faço e fazendo o que eu amo. Espero estar mais feliz à noite após a final!