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Jéssica de Lima fala sobre a eliminação da Ferroviária na Libertadores Feminina

Treinadora também comentou sobre o lance envolvendo a goleira Luciana no segundo gol colombiano: "Esse é o momento de a gente acolher ela"

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Crédito: Tiago Pavini/Ferroviária SAF

A Ferroviária se despediu da Libertadores Feminina na noite deste sábado (22), quando foi superada pelo Deportivo Cali-COL por 2 a 1, no estádio Rodrigo Paz Delgado, em Quito, no Equador, sede da competição.

Esta foi a primeira vez que as Guerreiras Grenás ficaram na fase quartas de final ao longo de suas seis participações, sendo que apenas em uma (2016) ficou na fase de grupos. Por não ter conseguido uma das vagas através do Brasileirão Feminino deste ano, a equipe não disputará a próxima edição do torneio continental.

Logo após a derrota para as colombianas, a treinadora Jéssica de Lima foi a única a falar na entrevista coletiva concedida ainda no estádio equatoriano. A equipe grená abriu o placar com belo gol marcado por Rafa Mineira, de fora da área. Mesmo com a vantagem, não conseguiu ter o controle da posse de bola e viu o adversário reagir, principalmente no segundo tempo, marcando os gols de empate e da virada para decretar o resultado final.

“Uma das coisas que pontuamos foi sobre a pressão alta do adversário. Equipes que jogam com situações de marcarem muito alto, elas dificultam a saída. Elas faziam marcação com seis na frente e ficavam quatro atrás, fazendo com que restasse a [bola] longa para gente jogar. O primeiro tempo, acho que conseguimos ter variações para saída, mas isso foi se perdendo ao longo do jogo e acho que perdemos a coragem de jogar. Um time que joga com a proposta de jogar lá em cima, se você não varia tanto a saída, elas conseguem roubar a bola cada vez mais próxima do gol e fazer a transição ofensiva e, emocionalmente, a equipe começa acreditar mais e começa a subir as linhas. A partir do momento que paramos de interpretar muitos os espaços na saída, e que tinha, infelizmente acabamos trazendo a equipe do Cali pra cima da gente e é a que faz a melhor marcação alta. Então, eu acho que a gente pecou neste sentido”, analisou a treinadora.

Na reta final de jogo, quando o placar apontava 1 a 1, o lance crucial acontece aos 43 minutos. Em cruzamento feito na grande área grená, Luciana acabou saindo mal do gol e não conseguiu encaixar a bola, dando o rebote para que Bahr balançasse as redes, um duro golpe para as Guerreiras.

Jéssica falou sobre o lance e declarou da importância da goleira para a história do clube, mas que aponta falha em todo o sistema defensivo que originou o gol da derrota.

“É uma jogadora que tem uma identidade muito grande com o clube e sente muito mais outras atletas. Eu sei disso por ter vivido em um clube, então esse é um momento de a gente acolher ela e de entender que é muito importante para a Ferroviária. Erros acontecem. Se ela falhou, é porque deixou alguém cruzar ou chutar. O gol é multifatorial. Não consigo enxergar o gol só como um erro. É um erro de todos, no qual eu me incluo. Então, ela tem que ter a tranquilidade e maturidade pra seguir. Situações como essa servem para a gente evoluir como pessoa e atleta. Cada vez que a gente erra, nos aproximamos de não errar mais e não acontecer de novo”, declarou.

Agora, as atenções da Ferrinha voltam para a disputa do Campeonato Paulista. No dia 2 de novembro, a equipe recebe a Portuguesa, às 17h, na Fonte Luminosa, e no dia 8, inicia a disputa da Brasil Ladies Cup e terá pela frente a equipe do São Paulo, às 15h30, também na Fonte, uma das sedes da competição.