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Araraquarenses estreiam na grande tela, o filme de suas vidas desde a década de 1950

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Primeiro longa-metragem gravado na cidade foi ‘Santo Antônio e a Vaca’, estreado em 1958

Cinema 57Bastidores do filme gravado na cidade um ano antes do lançamento (Santo Antônio e a Vaca)

Do elenco, poucos estão entre nós para poder contar como foi. Dentre eles, Américo Borges – regente e autor da principal canção do filme – e Lígia Fabiano, a Zabelinha, uma moça do interior que tenta salvar o irmão de uma briga com o filho do vizinho e acaba morta por um carroça desgovernada.

O filme conta a história de duas famílias, uma delas – a de Zabelinha – com vários irmãos que tiram o sustento de uma vaca, a Mimosa, peça principal da película; a outra família, da fazenda vizinha, onde um pai cuida sozinho de um casal de filhos adolescentes.

Em uma conversa distraída e recheada de boas lembranças e momentos, Borges conta como fez parte do filme.

Lígia Fabiano, que interpetou Zabelinha e Américo Borges, regente Lígia Fabiano, que interpetou Zabelinha e Américo Borges, regente e autor da canção principal do filme Santo Antônio e a Vaca

“Em 1956, fui dirigido pelo Wallace em uma peça, atuava no TECA (Teatro Experimental de Araraquara) e conhecia várias pessoas dali. Certo dia, voltando da missa dos homens no domingo de manhã, próximo à Barroso, Inah Bittencourt, vestida com seu uniforme de aviadora, incluindo os óculos, me pediu uma canção para o filme que Wallace e ela estavam escrevendo, porém devia seguir à risca o roteiro, fazendo uma música que falasse sobre Santo Antônio e sua devoção. Procurei Jaime de Oliveira, um vizinho que me ajudou prontamente. Em alguns dias, entreguei a canção ao Wallace, que aprovou na hora”, relembra com riqueza de detalhes, já aos 80 anos.

Borges acompanhou todas as gravações do longa na cidade e viajava a São Paulo para fazer a mixagem nos estúdios da Vera Cruz.

Américo com a partitura original da canção principal do filme, “Meu Santo Antônio”, registrado em cartório em novembro de 1957; atrás um acrílico com algumas cenas da película, homenageada pelo Sesc em 2008 com a mostra “Loucos por Cinema”

“Depois das últimas sessões do dia no Cine Odeon (onde hoje são as Lojas Americanas), nós íamos dublar as falas que foram gravadas naquela semana, pois não tínhamos tecnologia suficiente na época para captar o áudio original”, explica Borges.

Lígia iniciou e encerrou sua carreira de atriz com este filme. “Conheci o Wallace quando comecei a participar do TECA. Fazia parte do grupo por causa dos meus amigos, uma turma muito animada e fazíamos diversas apresentações. Aí Wallace me chamou para fazer parte do filme e interpretei a Zabelinha. Logo depois do lançamento do filme, me casei e nunca mais atuei”, conta.

INDICAÇÃO

Do elenco, poucos estão entre nós para poder contar como foi. Dentre eles, Américo Borges – regente e autor da principal canção do filme – e Lígia Fabiano, a Zabelinha, uma moça do interior que tenta salvar o irmão de uma briga com o filho do vizinho e acaba morta por um carroça desgovernada.

O filme conta a história de duas famílias, uma delas – a de Zabelinha – com vários irmãos que tiram o sustento de uma vaca, a Mimosa, peça principal da película; a outra família, da fazenda vizinha, onde um pai cuida sozinho de um casal de filhos adolescentes.

Em uma conversa distraída e recheada de boas lembranças e momentos, Borges conta como fez parte do filme.

“Em 1956, fui dirigido pelo Wallace em uma peça, atuava no TECA (Teatro Experimental de Araraquara) e conhecia várias pessoas dali. Certo dia, voltando da missa dos homens no domingo de manhã, próximo à Barroso, Inah Bittencourt, vestida com seu uniforme de aviadora, incluindo os óculos, me pediu uma canção para o filme que Wallace e ela estavam escrevendo, porém devia seguir à risca o roteiro, fazendo uma música que falasse sobre Santo Antônio e sua devoção. Procurei Jaime de Oliveira, um vizinho que me ajudou prontamente. Em alguns dias, entreguei a canção ao Wallace, que aprovou na hora”, relembra com riqueza de detalhes, já aos 80 anos.

Borges acompanhou todas as gravações do longa na cidade e viajava a São Paulo para fazer a mixagem nos estúdios da Vera Cruz.

“Depois das últimas sessões do dia no Cine Odeon (onde hoje são as Lojas Americanas), nós íamos dublar as falas que foram gravadas naquela semana, pois não tínhamos tecnologia suficiente na época para captar o áudio original”, explica Borges.

Lígia iniciou e encerrou sua carreira de atriz com este filme. “Conheci o Wallace quando comecei a participar do TECA. Fazia parte do grupo por causa dos meus amigos, uma turma muito animada e fazíamos diversas apresentações. Aí Wallace me chamou para fazer parte do filme e interpretei a Zabelinha. Logo depois do lançamento do filme, me casei e nunca mais atuei”, conta.

FUNDAÇÃO DA CIDADE

Weber Fonseca (de mãos atadas) se transformou para fazer Pedro José Neto nas telonas

No filme “Araraquara – Memórias de uma cidade”, lançado em 2013 pela Gaya Filmes, atuaram vários araraquarenses, dentre eles Weber Fonseca, que viveu Pedro José Neto, o fundador da cidade em 1817.

A película conta a história da cidade desde sua fundação até o linchamento dos Britos, chacina que abalou o país todo por conta da crueldade.

Atualmente Fonseca vive em São Paulo, lançou um livro com temática LGBT, produziu e atuou em um mónologo chamado ‘Sobre Voo’.

O diretor e produtor do filme, Renato Barbieri, também é araraquarense e atualmente mora em Brasília, onde dirige sua produtora. Em setembro, Barbieri ganhou uma estatueta do Prêmio Grande Otelo por seu filme ‘Cora Coralina – Todas as Vidas’, que conta a história da escritora que viveu no interior de São Paulo e publicou seu primeiro livro aos 75 anos de idade.

Weber Fonseca (à esquerda) se preparando nos bastidores e o diretor Renato Barbieri junto de sua equipe