Buracos nas ruas, matagal em passeios públicos, falta de recursos para serviços essenciais deram tom de abandono ao município e passaram a formar um quadro que incentivou muita gente a pensar que poderia fazer o mesmo e a cidade se transformou num lixão a céu aberto.
Segundo boletim emitido nessa segunda-feira (18), pela Secretaria de Saúde, Araraquara já conta com 1.668 casos de dengue confirmados, 395 a mais que os números da semana passada que foram de 1.273.
A cidade está em meio a uma epidemia e ao que parece, o mosquito Aedes aegypti, vem ganhando o jogo de goleada.
O mutirão que a prefeitura segue fazendo nos bairros na tentativa de eliminar focos nas residências, vem surtindo pouco efeito, mesmo pesquisas indicando que 80% dos focos estão nos quintais habitados. Os descartes exagerados de resíduos domésticos, nas ruas dos quais nunca houve uma fiscalização efetiva, seguem a passos largos.
A população continua com os mesmos hábitos de séculos atrás, embora se saiba, desde a Grécia antiga, da relação entre lixo e doenças, falta educação, engajamento, seriedade por parte do poder público e de moradores da cidade, mas sobram fotos, vídeos e tentativas de se fazer política diante de um momento crítico que vive o município.
Além da epidemia que varre a cidade, escorpiões que se alimentam de baratas, acumuladas nos lixos jogados pelas ruas, também tem feito várias vítimas.
É evidente que falta conscientização da população a despeito dos descartes que brotam nas ruas como pipoca, mas também há responsabilidade do poder público que demorou a tomar providências mesmo diante de avisos constantes da imprensa da cidade e de reclamações, mostrando o abandono que a cidade vive.
Caso a cidade permaneça perdida em meio ao mato alto, casas abandonadas, lixo de todas as espécies, vistorias que deveriam ser feitas e não foram, não adianta procurar culpados. É hora de recolher os entulhos acumulados por anos, multar e até mesmo processar, porque abandono mata.