“Denúncia sobre risco eminente”, é assim que um documento chegou à Corregedoria do Ministério Público, fazendo um alerta no dia 27 de dezembro de 2004. O texto escrito por dois engenheiros faz críticas ao assessor do prefeito Edinho na época, Manoel de Araújo Sobrinho, que teria negado a eles as informações que precisavam.
Audaciosos, dois engenheiros civis de Araraquara desde 2004 realizam uma peregrinação pelos corredores do Ministério Público, alertando e buscando apoio para a interdição do Gigantão, que na opinião deles oferece “perigo eminente”. Naquela época, Renato Monteiro de Almeida e Wilson Léo, residentes em Araraquara, especialistas em fundações, argumentaram que “as infiltrações existentes no telhado e os constantes alagamentos na quadra por conta das chuvas, além de trincas e rachaduras em uma obra extremamente pesada” deixavam transparecer que o prédio aos poucos estaria se tornando um risco às pessoas.
A queda de uma aba na parte externa seis anos depois foi o sintoma de que a estrutura do prédio estaria entrando em um processo de deterioração. Com uma interdição que durou cerca de três anos e a reforma em parte do Gigantão levaram o Ministério Público a exigir a apresentação de laudos técnicos de forma periódica, mas isso não aconteceu e outro fechamento agora foi decretado por seis meses.
Nesta terça-feira para comprovar que a situação do prédio é crítica e que a andança judiciária de fato existe, os engenheiros entregaram cópia de documento enviado à Corregedoria do Ministério Público do Estado de São Paulo (2004), com a informação de que o município deixou de dar informações aos denunciantes e que a promotoria teria lhes respondido – segundo os profissionais – que o problema era da Prefeitura.
Leia na íntegra o documento enviado à Corregedoria em São Paulo em 2004.