Home Geral

Editora Abril nesta segunda-feira fecha revistas e demite jornalistas

46

Editora AbrilSede da Editora Abril em São Paulo

A editora Abril anunciou, nesta segunda-feira (6), o fechamento das revistas Arquitetura e Construção, Boa Forma, Casa Claudia, Cosmopolitan, Elle e Minha Casa e a demissão de jornalistas. A informação foi confirmada pelo Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP). 

Segundo o sindicato, mais de 50 jornalistas foram demitidos. Há informações (ainda não confirmadas) sobre a desligamento, também, de outras centenas de trabalhadores e trabalhadoras administrativos e gráficos.

A direção do sindicato foi à editora no período da manhã e disse que não houve diálogo com representantes do Grupo Abril. 

A entidade repudiou as demissões e disse, em nota, que a necessidade de “’ajustes’ propagada pelos novos diretores da Abril não justifica gerar desemprego, demitindo centenas de profissionais e comprometendo a qualidade do jornalismo em nome da lucratividade.”  

Em nota, a editora Abril informou que “está reformulando o portfólio de marcas da editora com o objetivo de garantir sua saúde operacional em um ambiente de profundas transformações tecnológicas, cujo impacto vem sendo sentido por todo o setor de mídia”.

De acordo com o comunicado, “o processo tornou-se obrigatório dentro das circunstâncias impostas por uma economia e um mercado substancialmente menores do que os que trouxeram a Abril até aqui”.

Com isso, “a empresa passará a concentrar seus recursos humanos e técnicos em suas marcas líderes: Veja, Veja São Paulo, Exame, Quatro Rodas, Claudia, Saúde, Superinteressante, Viagem e Turismo, Você S/A, Você RH, Guia do Estudante, Capricho, MDE Mulher, VIP e Placar. Marcas que somam audiência qualificada de 125 milhões de visitantes únicos por mês e 5,2 milhões de circulação nas versões impressa e digital por mês, além de centenas de eventos.”

Ao final da nota, a empresa agradeceu os profissionais. “Aos profissionais que atuaram nos títulos que estão sendo descontinuados, nosso agradecimento pela dedicação e pelo profissionalismo.”

DEMISSÕES COMEÇARAM EM 2017

O sindicato lembrou, também, que a editora é alvo de ação do Ministério Público do Trabalho (MPT) por causa da dispensa em massa em dezembro de 2017.

“Além da dispensa em massa sem efetivamente realizar negociação prévia com o Sindicato, o MPT apurou que as demissões foram discriminatórias, pois afetaram principalmente os profissionais mais velhos (média de 40 anos, 10 meses e 9 dias) e com maior tempo na empresa (média de 11 anos, 6 meses e 14 dias). 

Nesta ação, o MPT reivindica que a Editora Abril se abstenha de fazer mais demissões sem prévia negociação com os sindicatos profissionais, assim como novas dispensas discriminatórias fundadas em qualquer motivo tais como idade, sexo, origem, raça, estado civil, situação familiar, deficiência ou reabilitação profissional.

No último dia 8 de março, antes de mover a ação civil pública, o MPT propôs à editora um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) contra as demissões, mas a direção da Abril não aceitou assinar o documento.

O TAC resultou de um procedimento aberto pelo MPT para apurar uma denúncia anônima contra a empresa por conta das demissões ocorridas em dezembro de 2017.