Home Geral

Ferroviária x Palmeiras, em campo Cardoso o maior artilheiro grená de todos os tempos

420

Aos 86 de idade, João Cardoso, residindo em Descalvado sua terra natal, esta semana confirmou que estará assistindo o jogo Ferroviária x Palmeiras. Ele foi campeão pela Ferroviária no acesso em 1955 na histórica vitória sobre o Botafogo por 6 a 3

Cardoso 97Time campeão sobre o Botafogo na Fonte: Fia , Izan, Cardarelli, Dirceu, Itamar, Pixo; Paulinho, Cardoso, Gomes, Bazani e Boquita

Cardoso vai assistir Palmeiras x Ferroviária num lugar que lhe foi reservado no restaurante. Dali poderá não apenas ver o tão aguardado jogo, mas reviver momentos inesquecíveis da sua carreira no clube que o consagrou nos anos 50 para o futebol paulista. O primeiro, um dos principais artilheiros de toda a trajetória grená. Foi Cardoso quem marcou o maior número de gols em uma única partida. Aconteceu no Campeonato Paulista da Segunda Divisão, ano de 1955, quando a Ferroviária subiu pela primeira vez para a divisão principal do certame bandeirante, destaca o cronista esportivo Henrique Barofaldi, um dos historiadores da Ferroviária. Tudo isso está guardado neste ilustre personagem que encheu nossos olhos de alegria quando a locomotiva ganhou do Botafogo na Fonte Luminosa.

Uma outra façanha:  marcou sete gols contra o Velo Clube Rioclarense, nos 15 a 1 que a AFE aplicou no adversário, a maior goleada registrada pelo time de Araraquara em seus 68 anos de existência. Cardoso foi campeão da Segunda Divisão naquele ano ajudando consideravelmente a Ferroviária ser campeã.

Gomes (22 gols) e Cardoso (28), com as faixas de campeão em 55

A HISTÓRIA DO AVANTE CARDOSO

João Carlos Cardoso nasceu no dia 15/11/1932, em Descalvado, onde também começou sua brilhante carreira jogando nos clubes amadores da região, passando para o Clube Esportivo e Recreativo Descalvadense onde despontou.

Como jogador profissional, iniciou sua carreira na equipe da Ferroviária onde jogou de 1954 à 1957; daí se transferiu para o XV de Jaú onde jogou por mais três anos, 58, 59 e 60, seguindo depois para o Internacional jogando por mais dois anos 61 e 62. Foi encerrar sua carreira na equipe do Andradina no período de 1963 a 1965, quando tinha 34 anos (1966).

No Campeonato Paulista da Segunda Divisão em 1955, Cardoso fez 28 gols, marca ainda não superada por nenhum outro atleta em toda a história da Ferroviária. Naquele mesmo ano, Gomes marcou 22, Bazzani, 15; Boquita e Paulinho, 15; Pixo, 3; Dirceu e Marinho, 1.

Cardoso e Lilia, casados em 1957, mas sem direito à lua de mel

BIOGRAFIA

Meia-direita (ponta-de-lança), sempre foi considerado pelos seus adversários como avante misterioso que exigia sempre mais de um jogador para marcá-lo. Marcava gols impossíveis, era o governador do time grená.

Nome:  João Carlos Cardoso

Naturalidade:  Descalvado (SP)

Idade:  23 anos (quando chegou na Ferroviária)

Nascimento: 15.11.1932

Peso:  66 quilos

Altura:  1,78

Clubes:  iniciou em Descalvado, defendendo posteriormente o Batatais. Voltou para Descalvado, de onde veio para a AFE.

Cardoso e o neto Osvaldo, mesmo nome do seu pai

Maior emoção. Orgulha-se Cardoso de pertencer ao quadro da Ferroviária e, conta emocionado o gol de abertura que marcou, contra o Botafogo, em Ribeirão Preto no sensacional empate de 2 a 2. Realmente, o tento de Cardoso naquele prélio foi magistral, num golpe feliz de cabeça, enganando a perícia do arqueiro botafoguense (Machado, que em 1966, defenderia a Ferroviária).

Fato que não esquece. Em 15 de abril de 1959, quando casou-se com Lília, teve que vir para Araraquara logo após a cerimônia, pois a Ferroviária teria um amistoso contra o Vasco da Gama. A partida foi realizada na Fonte Luminosa e aconteceu a inauguração oficial dos refletores do estádio. A peleja terminou empatada por 3 a 3. Não teve lua de mel, mas no dia seguinte houve uma grande festa.

A família.Cardoso e Lília tem três filhos: João Carlos, Beto e Paulo. Ao todo são 7 netos.

Cardoso, foto tirada nesta sexta-feira (15) com o campo ao fundo

Fontes: Arquivo do Prof. Antônio Jorge Moreira (cópia do Museu do Futebol e Esportes de Araraquara); O Imparcial e Henrique Baroffaldi

Reportagem: Ivan Roberto Peroni