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Funcionário de terceirizada sofre acidente na Arena da Fonte e pode ficar tetraplégico

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Chapa metálica teria caído na cabeça do trabalhador causando também traumatismo craniano, segundo seus familiares

Acidente CEARFuncionário segue internado na UTI da Santa Casa

A empresa Seven Eventos contratada pela Ferroviária para montagem e desmontagem de estruturas no jogo entre Ferroviária e Corinthians no ultimo domingo (24), teve um de seus funcionários gravemente ferido, logo após a partida.

O funcionário Luiz Henrique da Silva Sousa, 24 anos, que chegou a Arena da Fonte com mais quatro companheiros de trabalho em um caminhão, por volta das 23h, foram fazer a desmontagem da estrutura para atendimento

Consta que uma tenda foi requisitada pela Ferroviária para ser montada na parte externa do estádio com o objetivo de permitir a venda de ingressos e o acesso dos torcedores do Corinthians por aquele lado.

Segundo Benedito Aparecido da Silva, motorista do veículo, Luiz Henrique e outro companheiro estavam em cima do caminhão quando uma das peças de grande peso caiu sobre sua cabeça, causando-lhe um traumatismo craniano e lesionando também a coluna cervical.

O Samu foi chamado por Benedito para socorrer a vitima por volta da 0h25 sendo ele levado para Santa Casa de Araraquara em estado grave. 

O Portal RCIARARAQUARA, entrou em contato com Gabrieli da Silva Anselmo de Sousa, 18 anos, que é irmã do trabalhador, que confirmou ser grave o estado de saúde do irmão; no momento da ligação no meio da tarde, Luiz havia acabado de sofrer parada cardíaca na UTI, onde permanece.

O funcionário fez uma cirurgia na madrugada da segunda-feira (25). Gabrieli conta que ele após o acidente, foi sozinho dentro da ambulância para o hospital. Segundo ela, tentaram falar com o dono da empresa durante a madrugada, mas não atendeu ao celular e só ficou sabendo do acidente às 7h da manhã. Ainda segundo Gabrieli, o patrão do irmão, comprou apenas uma meia ortopédica e um remédio de R$ 68 reais e manda mensagem as vezes para saber do funcionário. “Esse foi o único respaldo que ele nos deu, estamos pedindo dinheiro para vizinhos e familiares para vir até o hospital de ônibus e voltamos a pé e nós não moramos perto” – disse a irmã.

Ela conta também que a Ferroviária entrou em contato com a família, na segunda-feira (25), através de uma moça chamada Priscila, para saber como estava o paciente. “Nos ligaram apenas uma vez, depois ninguém falou mais nada”. Gabrieli disse que perguntou de quem era responsabilidade pelo contrato com a Seven, mas não quiseram lhe responder, “fazendo ping-pong de responsabilidade entre Ferroviária e Morada do Sol Eventos, que é responsável pelo CEAR”.

A família então elaborou em boletim de Ocorrência, já que o caso seria de acidente de trabalho, mas no B.O. consta Lesão Corporal (art 129), pois nenhum suporte foi dado ao ferido pela empresa. A família está indignada que nem mesmo a polícia foi acionada após o grave acidente.

Gabrieli diz que a Seven é quem deveria se responsabilizar, pois, todos os funcionários estavam trabalhando sem nenhum equipamento de segurança, de chinelos, sem camisas, sem técnico de segurança. Luiz após a cirurgia na cervical poderá ate mesmo ficar tetraplégico, mas no momento luta para sobreviver, como lutará também para voltar a andar, contou sua irmã.

Gabrieli diz também que aguardou durante todo o dia de segunda-feira (25) que seu irmão fizesse a cirurgia, mas foi avisada da falta de um aparelho, que teria que vir de Ribeirão Preto. Não suportando mais ver o sofrimento do irmão, postou um pedido de ajuda nas redes sociais, para que se alguém conhecesse o prefeito, o marcasse, pois o caso era de urgência. Depois de 15 minutos da postagem, a assessoria da prefeitura entrou em contato com ela e falou que o aparelho já estava na Santa Casa, dando inclusive a ela o numero do telefone do prefeito para que confirmasse. Após o telefonema a família foi para o hospital, onde foram informados que Luiz Henrique já estava a caminho do centro cirúrgico.

Entramos em contato com a Morada do Sol Eventos através de Saba Harb, um dos diretores da empresa que explora a realização de eventos no Cear. Ele garantiu que “a Morada não tem participação em relação a jogos, a Morada só participa quando é show artístico”, dando a entender que a responsabilidade contratual seria da Ferroviária.

De fato, a assessoria de imprensa da Ferroviária disse que tomou conhecimento do acidente do funcionário da Seven na quinta-feira (28), que ela é uma empresa terceirizada e conceituada na cidade, contratada pela Ferroviária, mas estava fazendo o trabalho fora do horário combinado.

Disse ainda que até o final da tarde desta sexta-feira (29), aguardavam uma posição do jurídico para então emitir uma nota à imprensa.

Realmente foi o que ocorreu, após as 18h, estando assim redigida.

NOTA DE ESCLARECIMENTO

A Ferroviária Futebol S/A recebeu com consternação a notícia de que um dos funcionários da empresa contratada para o fornecimento (locação) de gradis, tapumes e tendas para eventos sofreu grave acidente durante o trabalho de desmontagem de equipamentos locados, após a operação do estádio da Fonte Luminosa, por ocasião de partida da Ferroviária.

Por não dispor nem de materiais, nem de mão de obra adequada, a Ferroviária regularmente contrata empresas especializadas para o fornecimento de soluções para a operação do estádio em dias de jogos, não tendo qualquer ingerência ou interferência sobre a forma como são prestados os serviços da empresa especializada.

Ademais, a Ferroviária lamenta o ocorrido e se coloca à disposição para quaisquer esclarecimentos sobre sua conduta.