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Redução de dióxido de carbono, compromisso com a qualidade de vida

Embora encontrado naturalmente na atmosfera, quando lançado em excesso provoca desequilíbrio na natureza

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A Amazônia foi o bioma mais queimado no Brasil nos dois primeiros meses do ano, com 487 mil hectares atingidos pelo fogo

Governos, empresários e sociedade já estão sendo conscientizados para adotarem medidas que ajudem a diminuir os impactos das mudanças climáticas. Um dos grandes vilões dessa história é o gás carbônico (CO2), que faz parte dos gases responsáveis pelo efeito estufa.

A capacidade das florestas de capturar o dióxido de carbono presente na atmosfera por meio da fotossíntese é essencial para que seja possível reduzir os efeitos do aquecimento global, permitindo que as nações possam cumprir os compromissos determinados durante a COP27 (27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas).

“Fevereiro bateu o recorde de alertas de desmatamento da série histórica, chegando a 322 km², conforme os dados apresentados pelo sistema Deter-B, do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE)”, salienta Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News & Negócios.

Os dados representam um aumento de 61,8% em relação ao mesmo mês no ano de 2022, que chegou a 199 km² de área desmatada. Os estados que concentram as maiores áreas de alertas de desmatamento são o Mato Grosso com 162 km² (50,3% do total), seguido de Pará e Amazonas, ambos com 46 km² (14.2% do total).

A Amazônia foi o bioma mais queimado no Brasil nos dois primeiros meses do ano, com 487 mil hectares atingidos pelo fogo. A área equivale a quatro vezes a capital paraense Belém e representa 90% de tudo o que queimou no país no período. Os dados foram divulgados na segunda-feira (13/3) pelo Monitor do Fogo, iniciativa do MapBiomas em parceria com o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia). Entre os estados em todos os biomas, Roraima foi o que mais queimou nos meses de janeiro e fevereiro. Foram 259 mil hectares, ou 48% de toda a área queimada no Brasil. Roraima, Mato Grosso e Pará, os últimos com 90 mil e 70 mil hectares queimados, concentram 79% do fogo ocorrido no Brasil no período.

“O padrão de área queimada em Roraima pode estar relacionado a características climáticas e ambientais únicas do estado. Roraima está localizado no hemisfério norte, enquanto a maior parte dos demais estados se localiza no hemisfério sul. Dessa forma, enquanto o período de seca em boa parte do país ocorre entre os meses de maio a setembro, em Roraima os meses de seca ocorrem entre dezembro e abril”, explica Felipe Martenexen, pesquisador no IPAM e responsável pelo mapeamento da Amazônia no Monitor do Fogo.

“O desmatamento que avança no território nacional coloca em risco, também, atividades econômicas como o ecoturismo e o manejo florestal”, pontua Vininha F. Carvalho.

Em primeiro de janeiro de 2023, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu seu terceiro mandato como presidente do Brasil. Em seu primeiro dia no cargo, foram publicados no Diário Oficial uma série de decretos indicando compromissos da nova administração, um deles representando o restabelecimento do combate ao desmatamento no país.

Segundo Bruno Bolzam, CEO da Vert Ecotech, startup especializada no desenvolvimento de tecnologias que ajudam no equilíbrio ambiental, empresas de todos os segmentos daqui para frente terão cada vez mais a responsabilidade de compensar o impacto ambiental e social de suas atividades. Comprando créditos de carbono oriundos de áreas verdes, elas financiam a preservação ambiental e também podem redistribuir a renda para pequenas comunidades que habitam essas regiões, inclusive com a construção de hospitais e obras de saneamento básico.

“No Brasil não existem leis que obriguem as empresas a compensar carbono ou estabelecer metas em relação às emissões de gases do efeito estufa. Atualmente, esse compromisso é feito de maneira voluntária e sem incentivos fiscais do governo”, finaliza Vininha F. Carvalho.