Escrita pelo jornalista e escritor Chico Felitti, matéria que levou quatro meses de trabalho recebeu o Prêmio Petrobras de Jornalismo
Quase todo araraquarense conhece ou já ouviu falar da família Corrêa da Silva. Marcelo possui um salão de beleza na Rua Expedicionários do Brasil (Rua 8) e já fez diversas reportagens em canais locais. É muito conhecido em Araraquara por suas qualidades profissionais e membro de uma família muito querida.
O que poucas pessoas sabiam era que seu irmão, Ricardo, vivia em São Paulo e viveu o luxo de ser o cabeleireiro dos famosos na década de 70, até morrer quase como indigente.
Na capital, Ricardo era conhecido como Fofão, e vivia pela Rua Augusta, entrando nos estabelecimentos em diversas ocasiões, sempre pedindo uma ajuda para conseguir sobreviver. Durante este tempo, ele foi reconhecido pelo escritor Chico Felitti, que começou um árduo trabalho de identificação de sua origem – até então desconhecida pelo próprio Ricardo, resultado de anos de medicamento.
Na matéria publicada pelo portal Buzzfeed com o título “Fofão da Augusta? Quem me chama assim não me conhece”, Felitti relata cada passo dado por Ricardo, várias tentativas de conversa sem sucesso e todo o drama de ser dependente químico.
Foi com essa história surpreendente de compaixão que Felitti recebeu na última quarta-feira, 27, o Prêmio Petrobras de Jornalismo, na categoria Inovação, um dos mais reconhecidos prêmios do meio jornalístico no Brasil. O texto é um relato narrado em primeira pessoa contando como ele conheceu Ricardo, seu primeiro contato, até ele faleceu no dia 15 de dezembro de 2017.
Felitti, em entrevista exclusiva para o Portal RCI, reconheceu que, após quatro meses longos de trabalho, Ricardo morreu com dignidade. “Minha vida mudou muito após a publicação da matéria. Ganhei reconhecimento e alguns prêmios, conheci gente legal e pude publicar meu primeiro livro. Mas, mais do que mudar a minha vida, eu torço pra que ela tenha mudado esse fim de vida do Ricardo e também da família dele. Minha maior alegria profissional foi ver pessoas chamando ele pelo nome na rua, tratando com reverência”, revelou Chico, com relação aos últimos dias de vida de Ricardo em São Paulo.
LIVRO
A história de Ricardo vai virar um livro, que deve se chamar “Ricardo & Vânia”, seu antigo amor que vivia em Paris, e será lançado pela editora Todavia no primeiro semestre de 2019, ainda sem data definida.
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