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Tony Penth, ex-crooner do The Jungles sofre AVC em Ribeirão Preto

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Tony Penth 63Tony Penth, residindo hoje em Ribeirão Preto

“Quem puder tirar um minuto e fazer uma oração pedindo por meu pai eu agradeço de coração!!! Ele teve um AVC e está internado”.

É desta forma que Cacá Penteado, em sua página no facebook anunciou nesta sexta-feira (21), o problema de saúde ocorrido com seu pai Antonio Penteado, o Tony Penth, ex-crooner do afamado conjunto The Jungles, que reinou absoluto nos anos 60 e 70, como um dos melhores grupos musicais do interior.

Segundo consta, em um dos hospitais de Ribeirão Preto, onde reside, Tony Penth passou por um procedimento que consistiu na infusão de medicação para desentupir o vaso sanguíneo. Deu tudo certo e em sua página no face no final da tarde deste sábado (22), a família adicionou uma foto onde ele faz sinal de positivo.

Os familiares pedem que os amigos continuem orando; Cacá por exemplo nas redes sociais assim se expressa: “Pai enquanto vc não retorna para nós, fico aqui pedindo que Deus nos dê a honra de poder ter vc por muitos anos ainda ao nosso lado, com sua alegria, suas músicas, seu amor e sua dedicação!!!”.

QUEM FOI THE JUNGLES

Formação de 1966: Edison (bateria), Waldir (guitarra-base), Tinho (guitarra-solo), Tony Pent (voz), Waltinho (sax-tenor), Jeferson (teclados) e Carlinhos (contrabaixo)

Estávamos em plena ditadura militar. No Rio de Janeiro, a atriz francesa Brigitte Bardot causava alvoroço por passar o verão no balneário de Búzios. A Seleção Brasileira de Basquetebol Masculino ganhava a medalha de bronze olímpica derrotando Porto Rico na final dos Jogos Olímpicos de Verão do México. Por aqui, 1964, foi um ano marcante para sete rapazes de Araraquara (em torno dos 16 anos), que tinham um sonho em comum: formar um conjunto musical que fosse ao encontro da preferência dos jovens da época, com apresentações que desfilassem alegria e modernidade.

Nascia assim The Jungles, que logo se transformou em fenômeno na cidade, no Estado e também Brasil entre os anos de 1966 e 1975. A ideia da formação partiu de Benedito José Arruda, o Tinho, que convidou alguns amigos apaixonados por guitarras e baterias.

Ao longo de uma década, os araraquarenses foram além dos shows na cidade e região. Tocaram em localidades distantes, apresentaram-se na televisão, gravaram discos, inclusive algumas músicas próprias que fizeram sucesso. Tiveram até fã-clube e foram considerados o primeiro conjunto instrumental do Estado de São Paulo.

“Como todo jovem, jamais imaginei que a ideia daria tão certo. Fomos agradando amigos, depois mais pessoas e logo estávamos viajando para tocar”, conta Tinho.

Toninho e Tony Pent: primeiro e segundo vocalistas dos Jungles

Assim, no palco, estavam Edison Schiavinato- Orêia (bateria), Waldir (guitarra-base), Tinho (guitarra-solo), Tony Pent (vocal), Waltinho (sax-tenor), Jeferson (teclados) e arlinhos (contrabaixo). O primeiro vocalista, Antonio Carlos Rodrigues dos Santos (o

Toninho da Rádio Cultura), passou a atuar como disk jóquei (algo como uma fusão de comunicador com DJ).

Segundo Sabaúna, o fim dos Jungles foi algo natural, algo como uma missão cumprida.

Assim, chegou uma hora que cada jovem resolveu seguir seu caminho, mesmo com o conjunto ainda vivendo um ótimo momento.  “A saída do Jeferson, um dos pilares do grupo, foi perda irreparável. Alguns, como Carlinhos e eu, seguimos na música. Outros tomaram rumos diferentes”, conta Sabaúna, um dos mais brilhantes músicos da cidade.

A chegada da discoteca, na década de 70, também foi significativa. “Chegamos ao auge como uma banda de baile. Para sair daquela situação, deveríamos nos mudar para São Paulo. Teve um empresário que até sugeriu três novos nomes para o grupo: ‘Casa das Máquinas’, ‘Urso Maior’ e ‘Placa Luminosa’. Não encaramos esta mudança”, afirma Tinho.

Em dezembro de 2012, o Teatro Municipal viveu a reunião de Tony Pent, Valtinho, Carlinhos, Jeferson, Sabaúna e Tinho, que tocaram ao fim da apresentação do documentário “O Fenômeno Musical The Jungles – O Tempo Passou e Não Vimos”, produzido por Beto Caloni e Coca Ferraz.

CURIOSIDADE

Há exatos 50 anos, dezembro de 1968, os Jungles e a Rádio Cultura, promoveram uma campanha que consistiu em arrecadar brinquedos para as crianças pobres. O conjunto se apresentou na época em vários bairros da cidade e graças a divulgação feita pela emissora milhares de brinquedos foram depositados em caminhões para distribuição na periferia. A coordenação da campanha foi feita pelo Clube dos Castores, um braço juvenil do Lions Clube de Araraquara Centro. Meio século depois, no mesmo dezembro, Tony Penth sofreu o AVC e o poder divino lhe proporciona estar bem como recompensa pelo que realizou em benefício das crianças.