DEBATE MUDA JOGO
O debate entre os candidatos a Prefeitura de São Paulo, organizado pelo jornal O Estado de S. Paulo, dia 14/08, é o principal motivo apontado pela Seção, para a mudança do jogo na Capital. O crescimento do influenciador Pablo Marçal (PRTB) embolou o jogo político e o empate na ponta entre ele, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) que disputa à reeleição. Não se sabe mais quem irá a um 2º Turno.
EMBOLA A DISPUTA
Antes, a tranquilidade residia entre Nunes e Boulos e o prefeito está ficando para trás. Os holofotes no debate apontaram para Boulos e Marçal que protagonizaram maiores agressões. Ninguém esperava que em duas semanas o autodenominado ex-coach, Marçal, crescesse 7%, Boulos subisse 1% e o prefeito caísse 4%. A Pesquisa Datafolha realizada dias 21 e 22/08, traz o protagonismo de Marçal diante dos eleitores bolsonaristas, antes capitaneado por Nunes.
EMPATE NA PONTA
Pelo DataFolha, Guilherme Boulos (PSOL) puxa o empate na Capital com 23% das intenções de voto; Pablo Marçal (PRTB) é o segundo no empate com 21% dos sufrágios e Ricardo Nunes (MDB), o terceiro, com 19% das preferências. O apresentador José Luiz Datena (PSDB), cai 4% e desce a 10%; Tábata Amaral (PSB) tem 8%; Maria Helena (Novo); Bebeto Haddad (DC) e João Pimenta (PCO) 1% cada. Altino Prazeres (PSTU) e Ricardo Sanese (UP), não pontuaram.
MAIS REJEITADOS
Segundo a Pesquisa, Brancos e Nulos somam 8% dos entrevistados e os indecisos apenas 4%. Na pesquisa de Rejeição, Boulos lidera empate com 37%, Marçal tem 34% que não votariam nele de jeito nenhum e Datena 32%. Nunes tem 25% de rejeição; Tábata e Bebeto, 18% cada um; Pimenta 17%; Altino e Marina têm 14% de rejeições e Sanese, aponta 12% delas. Veja que o eleitor da Capital está decidido com pouca indecisão e menos os que rejeitam todos eles.
NOVO FENÔMENO
Pablo Marçal está sendo considerado o novo fenômeno da corrida paulistana, calcado na presença massiva nas redes sociais – por onde mais se faz campanha e se atinge o eleitorado nos dias de hoje em todas as cidades do país – e na imagem que construiu de antissistema. A paisagem mudou, após meses de calmaria e previsibilidade com a ascensão de um elemento inesperado, capaz de embolar a eleição e adicionar um suspense até então inexiste na disputa deste ano. São Paulo já viu de tudo na vida: out-siders que saem do nada e ganham eleição.
NAS PRINCIPAIS CAPITAIS
No Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), lidera com folga com 56% pela reeleição. Os principais concorrentes: Alexandre Ramagem (PL) tem 9% no reduto bolsonarista e Tarcísio Motta (PSOL) 7%. O deputado estadual Mauro Tramonte (Rep) lidera com 27% pela Prefeitura de Belo Horizonte com concorrentes próximos com 12% e 10% apenas. No Recife (PE), João Campos (PSB) venceria no 1º Turno com 76% contra 6% de Gilson Machado e 5% Daniel Coelho.
EMENDAS IMPOSITIVAS
O ministro Flávio Dino (STF), suspendeu em 14/08, todas as emendas impositivas apresentadas por deputados e senadores até que o Congresso Nacional edite novas regras para que a liberação dos recursos seja transparente e rastreável. As emendas impositivas são as de bancada, individuais com finalidade definida e as de transferência especial, conhecidas como “PIX”. Horas depois os parlamentares rejeitaram MP de verba ao Judiciário como retaliação.
‘PARLAMENTARIZAÇÃO’ DESPESAS
Segundo o ministro, “é uma grande anomalia termos um sistema presidencialista oriundo do voto, convivendo com parlamentares que ordenam despesas discricionárias como se fossem autoridades administrativas. O equivocado desenho gerou a “parlamentarização” das despesas públicas sem que exista um sistema de responsabilidade política e administrativa ínsito ao parlamentarismo. Não é compatível com a Constituição”. E não é mesmo. “Não dá, não pode”!
COMO ERA ANTES
Antes, o Governo liberava emendas parlamentares e negociava com elas a formação de sua base no Congresso. O Congresso mais forte criou essas emendas, as de relator, destinando quase metade do orçamento às bases parlamentares, sem compromissos, encastelados na oposição, sabem que a verba virá de qualquer jeito! Esse desequilíbrio, retirou do Governo não apenas a negociação democrática, mas a capacidade de executar o orçamento de acordo com seu programa: destinando verbas a projetos necessários, não de interesses de parlamentares.
AMAZÔNIA DEGRADADA
Reportagens têm demonstrado constantemente uma Amazônia degradada pelo fogo, pelo agronegócio, grilagem de terras, desmatamentos e extração ilegal de madeiras, que espantam e matam os animais, os peixes e as plantas frutíferas. Em 2014 houve a maior enchente, alagando 80% das cidades e na floresta matando milhares de animais sem lugar para descanso. Em 2023, foi a maior seca da história, com os rios Solimões, Amazonas, Negro e Madeira nos seus menores níveis. Agora novamente a seca! Algo precisa ser feito antes do fim, inevitável!
POPULAÇÃO BR MENOR
Estamos diminuindo. Em 2021, o IBGE estimava uma população para o país em 213,3 milhões. Saiu o Censo de 2022 e somos dez milhões a menos: 203,06 milhões. Novo estudo do IBGE diz que a população do Brasil vai começar a diminuir a partir de 2042, seis anos antes do que havia previsto. Antes disso, nossa população vai atingir o pico de 220,43 milhões em 2041. A partir daí a queda vai se intensificar, e em 2070, o contingente será de menos de 200 milhões de pessoas. Os idosos serão 38% (2023: 15,6%) e os de até 59 anos, 62%. Estamos envelhecendo.
ENSINO ESTAGNADO
O Índice do Desenvolvimento da Educação (Ideb) de 2023 mostra cenário de estagnação. Houve leve aumento nos patamares dos anos iniciais do ensino fundamental e médio, e leve queda nos anos finais. Os níveis de aprendizado de língua portuguesa e matemática avançaram ante 2021, mas seguem abaixo dos índices pré-pandemia. O ensino médio público de São Paulo caiu de rendimento em 2023. A média 4.3 de 2019, foi a 4.4 em 2021 e 4.2 em 2022.
HUMAITÁ EM GUERRA
A minha querida Humaitá – AM está em guerra novamente e foi notícia nacional. A cidade virou uma praça de guerra depois que a Polícia Federal, Ibama e ICM-Bio incendiaram 300 balsas de garimpo no rio Madeira. Os garimpeiros atacaram as forças de segurança, saíram em passeatas e tentaram invadir a Prefeitura. A Polícia fez disparos na praça para conter os garimpeiros. Em 2017 eles tocaram fogo nos prédios do Ibama e ICM-Bio. A cidade já teve mais duas revoltas violentas em 1991 e 2013 quando forças federais a ocuparam por seis meses.