O Ministério Público de Milão, na Itália, decidiu abrir um inquérito por “epidemia culposa” para investigar a atuação da Organização Mundial de Saúde (OMS) durante a pandemia de coronavírus, que matou milhares de pessoas no país europeu. A medida, aberta por uma entidade de defesa do consumidor, é relacionado aos casos em que não existe a intenção de cometer o crime.
Chamado de “esposto” na regra jurídica italiana, a medida não chega a ser uma denúncia, mas determina ao MP a apuração de um possível delito. No caso em questão, a associação Codacons apontou “erros, contradições, omissões e atrasos por parte da OMS na gestão da pandemia”.
“Quem tinha a tarefa e a obrigação de fornecer informações precisas, tempestivas e independentes para dar importantes recomendações e tomar decisões sobre a saúde pública, ou seja, a OMS, na pessoa do diretor Tedros Adhanom Ghebreyesus, pode ter tido possíveis responsabilidades, contribuindo para a difusão da epidemia em sua origem, impedindo de salvar milhares de vidas e criando danos econômicos em todo o mundo” aponta a Codacons.
A entidade aponta ainda que as autoridades italianas “confiaram totalmente” na OMS e que, “de alguma maneira, podem ter sofrido as consequências desse modus operandi”.
“Não excluímos ações de ressarcimento se emergirem eventuais ilícitos” declarou o presidente da Codacons, Carlo Rienzi.