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“Setembro Amarelo” reforça a necessidade de apoio em relação aos casos de depressão

Psicóloga do Grupo São Francisco afirma que parentes e amigos são fundamentais no processo de identificação de condutas ou comportamentos que indiquem a necessidade de apoio psicológico e ações de valorização da vida

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A campanha “Setembro Amarelo” reforça a necessidade de apoio e cuidados em relação aos casos de depressão e como familiares e amigos podem contribuir no processo de identificação e prevenção de condutas ou comportamentos que necessitem de apoio psicológico e ações de valorização da vida.
De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), cerca de 96% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais como a depressão, transtorno bipolar e abuso de substâncias.
Mônica Silveira, psicóloga clínica no Mais Saúde do Grupo São Francisco

Segundo Mônica Silveira, psicóloga clínica no Mais Saúde do Grupo São Francisco, que faz parte do Sistema Hapvida, é importante ficar atento a alguns comportamentos padrões frequentes como preocupação com a própria morte, falta de esperança, expressões e ideias suicidas, isolamento, entre outros.

“Essas manifestações, por pelo menos duas semanas, não devem ser interpretadas como ameaças nem como chantagens, mas como alerta para um risco real”, afirma Mônica.
A psicóloga reforça que mesmo pessoas sem antecedentes podem ter o quadro em função de perdas pontuais ou situações inesperadas que possam provocar algum descontrole emocional ou o surgimento de depressão.
“Ainda que não possam ser consideradas como determinantes, situações como perda de emprego, crises políticas e econômicas, discriminação por orientação sexual e identidade de gênero, agressões psicológicas e/ou físicas, sofrimento no trabalho, diminuição ou ausência de autocuidado, conflitos familiares, perda de um ente querido, doenças crônicas, dolorosas e/ou incapacitantes, entre outros, são fatores que vulnerabilizam a pessoa”, alerta Mônica.
Dessa forma, ela orienta que os amigos e familiares devem ter uma postura proativa em relação ao tratamento, manter contato frequente e estimular as pessoas com depressão a praticarem atividades prazerosas.
A psicóloga ressalta também a importância de as pessoas próximas terem informações sobre o que são os distúrbios e terem o apoio de profissionais para a realização de um tratamento adequado.
“A depressão é uma condição clínica que requer cuidados médicos e psicológicos, a compreensão da gravidade e apoio ao tratamento são fundamentais. Algumas pessoas com depressão podem não reconhecer o problema, por isso, é importante serviços de apoio e o acompanhamento de especialistas”, afirma Mônica.
Em caso de dúvida sobre os sintomas ou circunstâncias, a psicóloga ressalta que a tristeza momentânea apresenta características diferentes que são fáceis de serem observadas.
De acordo com ela, a tristeza dura algumas horas ou dias, enquanto a depressão apresenta esses sentimentos por meses ou anos. Outro fator que pode evidenciar a diferença é que uma pessoa triste mantém sua rotina de produtividade, enquanto o paciente com depressão tem dificuldade e a situação passa a afetar aspectos como trabalho, relacionamentos, saúde, família e vida social.
“A tristeza geralmente é algum acontecimento específico. Já no caso da depressão existem alguns fatores que podem aumentar o risco de ela se desenvolver como, por exemplo, a deficiência na produção de algumas substâncias pelo cérebro, herança genética, aspectos da personalidade como baixa autoestima ou pessimismo, e fatores ambientais como exposição à violência, à negligência ou à pobreza”, alerta Mônica.