Músico araraquarense conta sua relação com espírito de Cazuza

Luys Rosário revela que tem feito parcerias musicais com espírito do cantor e compositor em produções da Fundação Toque, entidade que cuida de crianças especiais

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O músico araraquarense Luys Rosário, conhecido na cidade por ser um professor muito querido entre seus alunos e incentivador de novos talentos, em quase três décadas dando aulas na Casa da Cultura do município, além de ser um compositor de mão cheia, em vários estilos, vencendo até concursos musicais de marchinhas carnavalescas, com uma marcha-rancho nota 10 segundo os jurados, revela ao Portal RCIA que há mais de uma década é inspirado por Cazuza. Mas essa relação extrapola a questão fã-ídolo, segundo ele. Nessa entrevista, ele conta como tudo ocorreu.

Confira a música “Seda”, letra de Cazuza com melodia de Luys rosário:

CAZUZA

Cazuza (1958-1990) foi um cantor e compositor brasileiro, um dos maiores ídolos da geração do pop-rock dos anos 80. “Exagerado”, “Codinome Beija-flor”, “Brasil” e “Faz Parte do Meu Show”, são alguns dos seus grandes sucessos.

Agenor de Miranda Araújo Neto, conhecido como Cazuza, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 04 de abril de 1958. Filho de João Araújo, produtor musical e da cantora Lucinha Araújo cresceu no meio artístico convivendo com grades cantores da Música Popular Brasileira.

No final do ano de 1979 Cazuza foi para os Estados Unidos, onde fez curso de fotografia na Universidade de Berkeley, em São Francisco. Lá, despertou o interesse pela literatura da Geração Beat, os chamados poetas malditos, que mais tarde teve grande influência em sua carreira.

Em 1980 Cazuza retornou ao Rio de Janeiro. No mesmo ano ingressou no grupo teatral Asdrúbal Trouxe o Trombone, no Circo Voador. Foi nessa época que cantou em público pela primeira vez, na peça “Paraquedas do Coração”.

BARÃO

Em 1981, Cazuza foi indicado pelo cantor Léo Jaime para vocalista de uma banda que estava se formando na casa do tecladista Maurício Barros, no bairro do Rio Cumprido.

Logo depois, estava formada a banda “Barão Vermelho” formada por Maurício Barros (teclado), Roberto Frejat (guitarra), Guto Goffi (bateria) e Cazuza (vocal).

Cazuza mostrou à banda as letras que havia escrito e logo passou a compor junto com Frejat. A banda que antes só tocava covers passou a ter seu próprio repertório.

Após ouvir a fita demo da banda, o produtor Ezequiel Neves a encaminhou para Guto Graça Mello, o diretor artístico da Som Livre, que convenceu João Araújo, pai de Cazuza, a apostar na banda.

Em pouco tempo foi lançado o primeiro álbum da banda intitulado “Barão Vermelho” (1982), que foi elogiado pela crítica. Depois de alguns shows no Rio de Janeiro e em São Paulo, a banda voltou aos estúdios e lançou “Barão Vermelho 2” (1983).

Em 1984 a banda foi convidada para compor e gravar o tema do filme Bete Balanço, que foi sucesso de bilheteria. No mesmo ano, a banda lançou “Maior Abandonado” e a música “Bete Balanço” impulsionou as vendas do disco que conquistou “Disco de Ouro”.

Em 1985 o Barão Vermelho se apresentou na primeira edição do Rock in Rio. A apresentação da banda no quinto dia do evento coincidiu com o fim da ditadura militar e Cazuza anunciou o fato e cantou “Pro Dia Nascer Feliz”.

O álbum “Maior Abandonado” foi o último sucesso da banda com a participação de Cazuza.

SOLO

Em 1985 Cazuza iniciou sua carreira solo e nesse mesmo ano gravou seu primeiro álbum “Exagerado”, que fez grande sucesso com as músicas “Exagerado”, “Mal Nenhum”, “Codinome Beija-Flor”, entre outras.

Exagerado, a faixa-título composta por Cazuza e Leoni, se tornou um dos grandes sucessos do cantor. No mesmo ano, Cazuza descobriu ser portador do vírus HIV.

Em 1987, Cazuza lançou seu segundo álbum “Só Se For a Dois”, que fez sucesso com as músicas românticas “O Nosso Amor a Gente Inventa”, “Solidão Que Nada” e “Ritual”.

Em outubro de 1987, com os sintomas se agravando, Cazuza foi internado para tratamento de uma pneumonia. Em seguida, foi levado para os Estados Unidos tentar um novo tratamento para a AIDS.

Depois de dois meses, Cazuza retornou ao Brasil e iniciou a gravação de seu terceiro disco “Ideologia”, que foi lançado em 1988, que levou para as paradas de sucesso as músicas, “Brasil” e “Você Faz Parte do Meu Show”.

A música Brasil, composta por Cazuza, George Israel e Nilo Romero, cantada por Gal Costa foi tema da abertura da novela Vale Tudo. Ideologia ganhou o Prêmio Sharp de Melhor Álbum e Brasil ganhou o Prêmio de Melhor Composição Pop-Rock do Ano.

Cazuza, já bastante debilitado pela doença, compareceu à premiação em uma cadeira de rodas. Em 1989, foi lançado o disco, “O Tempo Não Para”, gravado durante um show no Canecão. A faixa título tornou-se um de seus maiores sucessos superando a marca de 500 mil cópias vendidas.

Ainda em 1989, Cazuza lançou seu último disco em vida, “Burguesia”, gravado com o cantor sentado em uma cadeira de rodas e com uma voz bastante enfraquecida.

No álbum duplo, um foi formado com canções de rock brasileiro e o segundo com canções românticas. O cantor recebeu o Prêmio Sharp, póstumo, de melhor canção do ano com “Cobaias de Deus”.

MORTE

Cazuza que desde 1989 havia declarado publicamente que era portador do vírus da AIDS, se submetia a tratamento alternativos em São Paulo e recorreu, mais uma vez, a tratamento nos Estados Unidos retornando em março de 1990.

Cazuza faleceu no Rio de Janeiro, no dia 07 de julho de 1990 sendo enterrado no cemitério de São João Batista. Em sua lápide foi escrito o nome de seu último sucesso “O Tempo Não Para”.