Situação revolta a classe, que não concorda com mudanças propostas pela Prefeitura Municipal
Na sessão da Câmara desta terça-feira (19), foi aprovado projeto que altera Lei nº 6.352, de 09 de dezembro de 2005, instituindo o sistema de gestão sustentável de resíduos da construção civil e resíduos volumosos, de modo a aumentar os limites para despejo de resíduos da construção civil e de resíduos volumosos nos chamados bolsões (PEV’s) da cidade de 0,5 m³ para 2 m³.
Segundo o empresário Leandro Inocente, proprietário das empresas Rei das Caçambas e Rei – Área de Transbordo e Triagem (ATT), o projeto veio para “quebrar” a maioria dos empresários do ramo.
Leandro conta que participaram de cerca de três reuniões com o prefeito Edinho Silva (PT), e sempre pediram para que ele tomasse providências quanto aos “clandestinos”, que compram carretinha, não pagam impostos, não tem funcionários e emporcalham a cidade. A eles foi dito pelo prefeito que atitudes cabíveis seriam tomadas para inibir as ações.
Mas, na ultima reunião com empresários do setor, comenta Leandro “o prefeito disse que aprovaria projeto liberando os bolsões para esses mesmos clandestinos, que agora poderão entregar nos pontos de coleta, sem custo até 2 m³, enquanto nós os caçambeiros temos que andar cerca de 30 km para o descarte correto da mesma metragem. Por que não recebe então os nossos dois metros cúbicos, se pagamos impostos e trabalhamos corretamente” – pergunta ele.
Leandro se diz indignado diante da aprovação do projeto e não acredita que depois que passar a epidemia de dengue o prefeito reveja a lei como prometeu, pois segundo ele, tudo que a prefeitura prometeu até então para o setor, não cumpriu. “Foi implantada a concorrência desleal a quem emprega e paga impostos”, revela.
Hoje o setor tem cerca de oito empresas de que atuam na cidade, e segundo Inocêncio, todos desesperados, pois investiram em novas caçambas, caminhões, têm financiamentos para pagar e a situação que já não era das melhores, agora degringolou, diz. O empresário declarou também ao Portal RCIARARAQUARA, que nesta quinta-feira (21) terá que começar a fazer demissões, pois tem 28 funcionários e terá que dispensar cerca de 10, sem contar na ATT que deverá dispensar mais 2.
O empresário lembra que o recolhimento desse material terá custo milionário para o Daae que deverá investir contra o bolso do contribuinte, pois caso contrário “a autarquia enfrentará problemas sérios.”
Ainda segundo Leandro, que está no ramo há mais de 30 anos, diz que nunca passou por uma situação dessas, e que há cerca de três anos “a coisa” só piora: “O projeto veio para fechar a tampa do caixão”, arremata.
Nesta última sessão da Câmara, onde o projeto foi aprovado, sem a concordância da bancada do PSDB, os empresários não foram ouvidos, embora presentes no plenário. O vereador Rafael de Angeli (PSDB), pediu vistas de cinco dias, para que pudesse ao menos conversar com o setor e tentar articular uma forma que atendesse os interesses de todos, mas, foi negado pela base governista e aliados.
