O Índice Nacional de Confiança (INC) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que mede o ânimo do consumidor brasileiro, registrou a primeira alta expressiva no ano ao avançar três pontos, subindo de 91 para 94 na passagem de agosto para setembro. O indicador, entretanto, permanece em patamar pessimista (abaixo de 100 pontos), situação em que se encontra desde janeiro de 2020.
As finanças pessoais, a instabilidade do mercado de trabalho e a percepção de problemas na economia ainda afetam negativamente as decisões de compra dos consumidores. Considerando esses fatores, a pesquisa mostra que 56%, dos 1.676 entrevistados, ainda estão insatisfeitos com a vida que levam. Apenas 32% disseram estar satisfeitos.
Especificamente sobre a situação atual das finanças pessoais, 43% afirmaram que a consideram ruim, enquanto 37% a avaliaram como boa. Vale destacar que em janeiro havia uma diferença de 14 pontos percentuais separando os pessimistas dos otimistas com as finanças, distância que gradualmente foi reduzindo, até chegar a 6 pontos percentuais agora em setembro.
E quando o consumidor projeta a sua situação financeira seis meses no futuro, 59% afirmaram que ela estará melhor, com apenas 9% prevendo piora.
Parte do otimismo com relação o futuro das finanças pessoais se deve a maior estabilidade no emprego. Embora ainda exista um certo grau de pessimismo com relação ao mercado de trabalho, a maioria dos consumidores, 39% deles, afirmou estar mais segura no emprego atualmente.
“O resultado deste mês reforça a tendência de recuperação da confiança do consumidor baseada principalmente na melhora das expectativas com relação à situação financeira futura, e também pela percepção cada vez menos negativa da situação atual”, afirma Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP.
De acordo com ele, a recuperação da confiança é estimulada pelo maior ritmo da atividade econômica, que impulsiona a geração de postos de trabalho, e pelas diversas transferências de renda concedidas pelo governo Federal.
IMPACTO NO CONSUMO
A melhora da confiança do consumidor em setembro fez aumentar a disposição para realização de compras maiores. Pela primeira vez desde o primeiro trimestre de 2020 o percentual de entrevistados que disseram estar dispostos a gastar mais superou o daqueles que afirmaram não ter essa intenção.
Pelo levantamento da ACSP, em setembro, 37% disseram ter intenção de fazer comprar de maior valor, enquanto 34% não pretendem ter esses gastos. Nesse mesmo sentido, enquanto 40% revelaram disposição para comprar itens para a casa, com geladeira ou fogão, 31% descartaram essas compras.