A vitória sobre o São Paulo fez a Ferroviária encerrar a 13ª rodada do Brasileirão Feminino na vice-liderança, ficando apenas atrás do Corinthians, que derrotou o Atlético-MG por 1 a 0, na manhã deste domingo (28).
Porém, as Guerreiras Grenás alcançaram uma marca importante diante das Soberanas. Com o resultado, a equipe alcançou os 30 pontos nos 13 jogos disputados, algo inédito para o clube no atual formato da competição com a primeira fase sendo disputada em pontos corridos desde 2019. Antes, a melhor campanha era de 2020, quando ficou com 29 pontos em 15 jogos.
A treinadora Jéssica de Lima falou logo após o jogo sobre este feito alcançado nesta temporada em seu primeiro trabalho a frente aa equipe profissional desde quando pendurou as chuteiras, em 2018.
“São a comprovação de um trabalho. Claro que, quando a gente idealiza trabalhar, a gente não pensa, né? [nas marcas]. Pra mim, hoje, no primeiro ano de ser treinadora, assim como fui jogadora, não difere de eu ser como pessoa. Nunca achei e aceitei que uma pessoa falasse pra mim que não podia fazer algo. Quando falaram pra mim que ‘você não pode jogar futebol’, enfrentei a minha família, uma cidade e muita coisa […] Eu sei que nada vem de graça e é o que eu passo para as atletas”
“Às vezes você faz um bom trabalho e não tem resultado. Eu acho que faço um bom trabalho, de verdade, independente do resultado. Eu respeito demais o futebol, eu amo o futebol, entrego a minha vida ali e amo essas atletas, pois elas são as extensão do meu sonho. Eu não passo a mão na cabeça delas de jeito nenhum. Sou muito firme com elas e sabem disso. Mas, elas sabem o que elas têm uma pessoa que na hora que tiver difícil, vai dar a mão pra elas e levantar. Tudo o que a gente faz é neste sentido de priorizar o ser humano. Eu não abro mão disso em todos os lugares que trabalhei”, contou a treinadora.
O triunfo também encerrou um tabu diante do time tricolor, o qual não vencia há três anos. Antes, eram sete jogos com dois empates e cinco derrotas. Lima falou sobre o quanto foi importante este êxito, ainda mais tendo a expulsão da atacante Eudmilla no segundo tempo, e pensando no futuro dentro da competição.
“Essas coisas são muito relevantes. Quando cheguei aqui, foi o meu primeiro jogo e perdemos por 1 a 0 [Paulistão de 2022] para o São Paulo. Então, sempre estava batendo na trave, mas chegou em boa hora essa vitória. Mesmo com a situação do jogo, dá mais sabor ainda de ter quebrado um tabu em cima de um time tão difícil que é o São Paulo, que tem jogadoras que sabemos do potencial que tem, mas as nossas meninas hoje tavam querendo muito. É bom saber que mais um ‘tabuzinho’ da Ferroviária fica pra trás”, finalizou.
Agora, as atenções se voltam para o Paulistão Feminino. Na terça-feira (30), as Guerreiras voltam a campo para enfrentar o Realidade Jovem, às 17h, na Fonte Luminosa, pela quinta rodada.
