A “população de rua”, que existe em praticamente todas as grandes cidades do País e em muitas cidades médias – como em nossa Araraquara –, foi caracterizada pelo “Ministério de Estado de Desenvolvimento Social e Combate à Fome” como um “grupo populacional heterogêneo composto por pessoas com diferentes realidades, tendo em comum a condição de pobreza absoluta, vínculos interrompidos ou fragilizados e falta de habitação convencional regular”. Isto faz com que essas pessoas sejam compelidas a usar a rua como moradia e sustento.
No Brasil existem mais de 30 milhões de miseráveis e famintos (dez vezes a população do Uruguai e mais de seis vezes a população da Noruega, por exemplo) vivendo na extrema pobreza. Por isso não causa grandes surpresas o fato de que haja tantos moradores de rua em nosso País.
Ver de perto a situação em que vivem os moradores de rua em Araraquara é muito triste e constrangedor. E – por que não dizer? –, há também quem se assuste e sinta medo de interagir com eles, temendo que possa ser agredido. Afinal, existem narrativas de violência supostamente praticadas por esses moradores de ruas e praças, que têm de dormir sob viadutos, pontes ou marquises. O que se vê, com muita frequência, é que os transeuntes, para evitar qualquer contato com os moradores de rua, dão uma volta do tamanho que for preciso.
É importante que a sociedade se debruce sobre este problema para, pelo menos, diminuir um pouco o sofrimento dos moradores de rua de Araraquara. Que o Poder Público realize, por exemplo, uma audiência pública que envolva a Defensoria Pública, o Ministério Público, a Prefeitura Municipal, a ACIA (Associação Comercial de Araraquara), Sindicato do Comércio Varejista,membros da OAB e até representantes da Secretaria Estadual de Saúde do Estado de São Paulo, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social para buscar alguma saída. Agir é preciso.
(*)Endrigo Zapata é pedagogo, produtor cultural, ligado aos Movimentos Sociais dos Trabalhadores Rurais e escreve para o RCIA ARARAQUARA.
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