
Uma pesquisa recente realizada pela Ticket, marca de benefícios de alimentação, divulgada pelo O Globo, revelou dados sobre os hábitos alimentares dos brasileiros. De acordo com o levantamento, quatro em cada dez brasileiros optam por pedir comida via delivery.
O levantamento foi realizado em junho de 2024 e contou com a participação de quase dez mil pessoas de diversas idades, localizações geográficas e perfis socioeconômicos. As informações coletadas mostram que 40% dos brasileiros recorrem ao delivery para suas refeições, com 11% realizando de um a dois pedidos por semana. Entre os consumidores da geração Z, com idades entre 15 e 28 anos, essa proporção aumenta para 51%.
Uma outra pesquisa, também realizada pela Ticket, analisou as preferências culinárias de quem opta pelo delivery. A categoria mais popular é o “fast food”, seguida de “comida brasileira”, “lanchonetes”, “pizzarias” e “carnes”.
Além disso, a análise das transações realizadas com o cartão Ticket revelou o gasto médio dos consumidores. Entre janeiro e maio de 2024, o maior gasto médio foi em comida japonesa, com R$ 84,80 por refeição, enquanto o menor gasto foi em pratos mineiros, com uma média de R$ 49,59 por pedido.
RAZÕES PARA A PREFERÊNCIA POR DELIVERY
A preferência crescente pelo delivery no Brasil pode ser explicada por uma combinação de fatores relacionados ao estilo de vida moderno e às mudanças provocadas pela pandemia de COVID-19. Em 2022, a Kantar realizou um estudo que revelou um aumento de 17,8% no número de compradores ativos de comida por delivery e de 12,6% em volume de compras, comparado ao ano anterior.
A vida moderna, caracterizada por um ritmo acelerado, faz com que muitas pessoas tenham menos tempo para cozinhar em casa. Entre os consumidores brasileiros, a busca por conveniência e a necessidade de otimizar o tempo são fatores que impulsionam o uso de serviços de entrega.
De acordo com levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), a pandemia acelerou ainda mais essa tendência, com 54,8% dos clientes utilizando serviços de delivery entre 2020 e 2021, em comparação com 30,4% em 2019.
CONFORTO E CONVENIÊNCIA
A conveniência, como já comentado, é um dos principais motivos que levam à utilização massiva do delivery de comida. É o que relatam 42% dos compradores, conforme dados de 2022 da Kantar. Os aplicativos e sites de entrega permitem que os consumidores tenham acesso a uma variedade de opções gastronômicas sem sair de casa.
Toda a diversidade disponível nos aplicativos de delivery consegue atender a todas as necessidades dietéticas, desde pratos vegetarianos e veganos até alimentos livres de glúten e lactose.
VARIAÇÕES REGIONAIS E MUNDIAIS NO USO DE DELIVERY
As preferências por delivery food no Brasil variam significativamente conforme a região e o perfil demográfico dos consumidores. Uma pesquisa divulgada pela revista Veja, realizada em 2020, revelou que São Paulo lidera o número de pedidos, com 15,28% dos consumidores usando o serviço, seguido por Rio de Janeiro (11,46%), Espírito Santo (10,08%) e Minas Gerais (9,51%).
O aumento no mercado de delivery também é visto no interior do Brasil. Dados da Delivery Much indicam um crescimento de 11% no valor transacionado e de 102% no número de pedidos durante o ano de 2020. Além disso, a consultoria Statista relatou que 83% dos brasileiros usaram aplicativos de entrega alimentícia no mesmo ano, em relação a 2017.
Em cenário global, os brasileiros são os maiores consumidores desses serviços e os responsáveis por quase metade de todos os pedidos da América Latina (48,77%). O segundo colocado é o México, com 27,07%, e depois a Argentina, com 11,85%. Os dados também são da Statista.
MARMITA: ALTERNATIVA MAIS SAUDÁVEL AO DELIVERY
Com a popularização da entrega de comida, iniciou-se um debate cada vez maior sobre alimentação saudável. Embora o delivery seja mais conveniente, é preciso prestar atenção à qualidade nutricional dos alimentos.
Manuela Dolinsky, diretora do Conselho Federal de Nutrição, aponta que o fast food ainda é a primeira opção, especialmente entre jovens, devido ao seu custo acessível. “A conscientização da necessidade de reduzir no cardápio alimentos ultraprocessados é impulsionada por informações facilmente acessíveis. Mas muitos jovens ainda enfrentam dificuldades para encontrar opções saudáveis que sejam tão baratas e convenientes quanto as de fast food”, pontua, em entrevista ao jornal O Globo.
Uma alternativa mais saudável e econômica é a preparação de marmitas, que se tornou popular entre trabalhadores e estudantes. Para facilitar, é possível preparar as refeições da semana em um único dia, cozinhando porções de arroz, feijão, legumes e proteínas, dividindo em recipientes individuais e, em seguida, armazenando na geladeira ou no freezer para consumir ao longo da semana.