Embora afastado dos microfones esportivos nos últimos anos, o jornalista Wilson Silveira Luiz sempre se manteve próximo de alguns amigos do rádio antigo da cidade, afinal foi uma longa e brilhante carreira com enorme devoção ao esporte, disse Adilson João Telarolli, um dos responsáveis pela chegada do profissional a nossa cidade em 1967.
Na verdade, lembrou Adilson – então diretor artístico da Rádio A Voz da Araraquarense – Wilson Luiz no dia 30 de janeiro de 1966 disputou a vaga de narrador esportivo com Haroldo Souza, paranaense da cidade de Maringá. Ambos transmitiram o amistoso Ferroviária 1 x Noroeste 0, na Fonte Luminosa, era um sábado à noite. Cada narrador transmitiu um tempo do jogo.
Assim, como a Ferroviária havia sido rebaixada em 1965, as duas emissoras, Rádio Cultura e Rádio Voz, se organizavam para as transmissões da Primeira Divisão enfrentando as batalhas da campanha do acesso ou então a “campanha da volta” como ficou conhecida. Antônio Carlos Araújo (Cultura) e Haroldo Souza (Voz) dividiram então a audiência esportiva naquela ano, 1966. Haroldo transmitiu toda campanha da Ferroviária que se sagrou campeã do acesso e depois foi para a Rádio Itatiaia, em Belo Horizonte. Algum tempo depois foi contratado pela Guaíba, em Porto Alegre.
Com o acesso da Ferroviária em dezembro de 1966, a direção da Rádio Voz foi buscar Wilson Luiz em São Carlos, na época transmitindo futebol pela Rádio Progresso e trabalhando como caixa em uma agência bancária. Além disso foi diretor da Esportes da Prefeitura de São Carlos. E ele veio para ficar em Araraquara, iniciando um trabalho ao lado dos comentaristas Dorival Falconi, Luís Eduardo e Aldo Pondaco e os repórteres de campo Wagner Bellini e Ivan Roberto Peroni. No plantão esportivo trabalhava Geraldo Polezze.
Com o bordão “não pega essa que ainda está quente”, Wilson Luiz perpetuo uma brilhante carreira cobrindo a trajetória da Ferroviária até mesmo por gramados internacionais, como aconteceu em novembro e dezembro de 1968 pelas Américas do Sul e Central. Wilson viajou com a delegação dada a obrigatoriedade imposta pela CBF de ter um jornalista esportivo acompanhando o time.
Pela Voz da Araraquarense por muitos anos Wilson foi o titular nas transmissões esportivas e em inúmeras oportunidades com sua equipe também transmitiu jogos da Ferroviária pelas Rádios Tupi e Gazeta, surgindo convites para se afastar de Araraquara. No entanto com o casamento consolidado – dona Cidinha e sete filhos – ele sempre optou em permanecer na cidade que o acolheu.
O AFASTAMENTO DO RÁDIO CONVENCIONAL
A morte do locutor esportivo, Wilson Luiz, já aposentado, neste dia 18, vítima de um infarto fulminante, quando estava sendo medicado na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) deixa o rádio bem mais triste. Foi se embora a voz que gritava nos fins de semana – pela Rádio Morada do Sol, a partir de 1970 (antiga Voz da Araraquarense) e anos mais tarde Rádio Cultura – “um golzinho prá machucar os corações.
Aos 87 anos de idade, ele marcou uma importante fase do rádio regional, se tornando uma figura popular e ignorando os convites que surgiram para entrar na vida política. Autêntico nas suas afirmativas, longe de polemizar os assuntos do cotidiano, o narrador esportivo sempre falou em editar sua biografia dentro do rádio, mas não deu tempo.
O locutor esportivo que encantou gerações narrando fatos históricos da cidade como o Campeonato Sul-Americano de Basquete em 1975; também acompanhou a Ferroviária na Taça de 1983 pela Rádio Cultura. Foi um dos fundadores da Liga Bochófila de Araraquara (LIBA) e um dos mais importantes incentivadores da Sala de Reminiscências Esportivas, criada por Paschoal Gonçalves da Rocha.
Sem próximo das movimentações esportivas do rádio e da própria cidade, Wilson Luiz colaborou por muito tempo com Odair Peta, na Rádio PWZ de Araraquara, uma emissora vinculada ao sistema WEB.
O velório ocorre das 6h30 às 10h30 na Sala 2 da Fonteri na Avenida Portugal, 1030, esquina com a Rua 9, no Centro e o sepultamento logo em seguida no Cemitério São Bento.
Siga em paz companheiro.
