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Cesta básica em Araraquara fica R$ 7 mais cara em março, segundo pesquisa anunciada pelo Sincomercio

Dois dos três grupos analisados pela pesquisa do Núcleo de Economia do Sincomercio apresentaram aumento de preço no período: limpeza doméstica e higiene pessoal; apenas os itens de alimentação deflacionaram

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Café com sua alta provocou desequilibrio no consumo

Pelo sétimo mês consecutivo, o valor médio da cesta básica registrou alta em Araraquara, segundo a pesquisa mensal do Núcleo de Economia do Sincomercio. Em março, os itens essenciais ficaram 0,66% mais caros, o que representa um acréscimo de R$ 7,09 em relação ao mês anterior. Depois de custar R$ 1.068,60 em fevereiro, o preço médio da cesta passou agora para R$ 1.075,69.

Gráfico 1 – Evolução do custo médio e variação mensal da cesta básica em Araraquara – março/2024 a março/2025

Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara

Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara

Dois dos três grandes grupos analisados pela pesquisa apresentaram aumento de preço no período: 1) limpeza doméstica registrou inflação de 6,80%, ou R$ 4,55; 2) higiene pessoal apresentou variação positiva de 3,16%, ou R$ 3,66 no preço médio; 3) e alimentação, que possui maior peso no custo total da cesta, deflacionou de 0,13%, o que significou um barateamento de R$ 1,13.

Para conferir mais detalhes da pesquisa, acesse aqui.

Ainda sobre o mês em análise, os principais aumentos percentuais foram: 1) cebola (14,5%); 2) farinha de mandioca torrada (10,9%); 3) desodorante spray (10,8%); 4) sabão em pó (9,1%); 5) e ovos brancos (7,8%). Os produtos com maior decréscimo percentual foram: 1) carne de primeira – acém (-5,2%); 2) macarrão com ovos (-3,3%); 3) água sanitária (-3,2%); 4) óleo de soja (-2,7%); 5) e extrato de tomate (-2,3%).

O café torrado e moído foi o item responsável pelo maior aumento em termos monetários no grupo da alimentação, provocando o acréscimo de R$ 3,82 no custo médio da cesta, em razão do aumento de R$ 1,27/pacote de 500g. Na outra ponta, o item que mais aliviou o bolso dos consumidores foi a carne de primeira – contrafilé, com um decréscimo de R$ 8,59 no custo da cesta, em razão da diminuição de R$ 2,86/kg.

Em março, os valores dos cafés oscilaram bastante, marcado por altas e baixas, mas foram impactados pela valorização do Dólar frente ao Real. “Recentemente, as cotações do arábica subiram, entretanto, até o encerramento do período, praticamente todos os ganhos foram perdidos e o preço caiu, com baixa de quase R$ 100,00/saca em poucos dias. Esse quadro indica a espera por uma sinalização mais concreta quanto ao volume da próxima safra brasileira, embora foi observada uma interrupção no movimento de alta em março, com o retorno das chuvas em regiões produtoras”, ressalta Maria Clara Kirsch, pesquisadora do Núcleo de Economia do Sincomercio.

Os ovos brancos também foram responsáveis por puxar em direção ascendente o preço do grupo de alimentação, devido à combinação de oferta reduzida e demanda aquecida. A produção nacional foi impactada por descarte de poedeiras e baixa reposição do plantel no início do ano, além de ondas de calor que comprometeram a produtividade. Paralelamente, o consumo foi impulsionado por fatores sazonais, como a Quaresma, pela retomada das aulas e pela busca dos consumidores por proteínas mais acessíveis. Além disso, os custos de produção aumentaram significativamente, especialmente com ração, e as exportações de ovos processados bateram recorde, limitando a oferta interna, conforme relatado por Cepea.

Já a queda no valor do contrafilé se associa a um cenário de baixo escoamento da carne bovina no mercado interno, embora as exportações tenham sido aquecidas em março. De acordo com uma pesquisa realizada pela Scot Consultoria, houve queda nas cotações da arroba bovina em grande parte das regiões de produção de gado do Brasil, como nas 17 das 32 “praças” pecuaristas avaliadas.

Gráfico 2 – Evolução do preço médio e da variação mensal do Café Torrado e Moído – março/2023 a março/2025

Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara

INFLAÇÃO

A variação acumulada no ano foi de 13,17%, o que representa um incremento de R$ 126,16 no valor da cesta básica. O grupo de alimentação encareceu 13,22% no período, o que equivale a R$ 103,31, e a higiene pessoal inflacionou 24,78%, o que representa R$ 25,42 em termos monetários. Já a limpeza doméstica caiu 3,47%, ou seja, barateou R$ 2,57.

Entre os produtos, 22 dos 32 oscilaram em direção ascendente – o que representa 68,75% da composição da cesta analisada. No acumulado de janeiro a março de 2025, destacam-se: 1) café torrado e moído (75,41%); 2) alho (55,56%); 3) ovos brancos (41,92%); 4) ovos brancos (41,92%); 5) e desodorante spray (38,0%). Já os itens que apresentaram as maiores reduções foram: 1) cebola (-55,22%); 2) batata (-34,30%); 3) feijão carioca (-17,77%); 4) farinha de trigo (-13,79%); 5) e salsicha avulsa (-10,0%).

A variação acumulada em 12 meses foi de 17,37%, ou seja, encarecimento de R$ 160,47. Sobre grupos, o de alimentação registrou inflação de 18,11%, equivalente a R$ 135,60, o de higiene pessoal aumentou 17,29%, ou R$ 18,87, e os produtos de limpeza doméstica ficaram 9,15% mais caros, ou R$ 6,00.

Entre os produtos, 26 dos 32 oscilaram em direção ascendente – o que corresponde a 81,25% dos itens que compõem a cesta básica analisada. No acumulado de abril de 2024 a março de 2025 destacam-se: 1) café torrado e moído (94,56%); 2) óleo de soja (37,95%); 3) carne de segunda – acém (37,0%); 4) alho (28,99%); 5) e ovos brancos (27,03%). Já os produtos com as maiores reduções percentuais foram: 1) cebola (-55,34%); 2) batata (-43,95%); 3) feijão carioca (-18,38%); 4) biscoito maisena (-4,27%); 5) e farinha de trigo (-0,98%).

INFLAÇÃO NACIONAL

Em março de 2025, o subgrupo Alimentação no domicílio do IPCA-15, divulgado pelo IBGE, registrou aumento. O índice, que havia aumentado no mês anterior, obteve um aumento de 1,25% neste mês. O subgrupo Artigos de limpeza obteve um incremento de 0,94% e o subgrupo de Higiene pessoal variou 0,09% em março.

No cálculo do IGP-M, índice de preços elaborado pela FGV-IBRE, a variação mensal do grupo de Alimentação apresentou aumento em sua taxa de variação, de 0,89% em janeiro para 1,39% neste mês, o grupo Habitação, que incorpora o subgrupo Material para limpeza, passou de 1,49% em fevereiro para 1,73% em março e o grupo Saúde e cuidados pessoais, que incorpora o subgrupo Artigos de higiene e cuidado pessoal, apresentou aumento de 0,42% para 0,60% em março.

SALÁRIO-MÍNIMO

O custo médio da cesta básica em Araraquara representa até o mês de março de 2025 cerca de 71,4% do salário-mínimo. O valor é superior ao registrado no mês anterior e aproximadamente 5 pontos percentuais acima do registrado no mesmo mês do ano anterior, isto é, em março de 2024, quando o valor da cesta básica representava 65,4% do salário-mínimo vigente à época. Em março de 2023 e 2022, a cesta básica custava, em média, R$ 921,28 e R$ 902,46, representando, respectivamente, 70,8% e 74,5% do salário-mínimo do araraquarense.

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, para um trabalhador que recebe o piso nacional vigente de R$ 1.518,00, ficou em 157 horas e 6 minutos, aproximadamente. Essa jornada é superior ao mês anterior, fevereiro de 2025, quando eram necessárias 154 horas e 52 minutos de trabalho para consumir a mesma quantidade de produtos.

Gráfico 3 – Variação mensal do preço médio dos produtos componentes da Pesquisa de Preços da Cesta Básica em Araraquara – março/2025

Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara

Coordenação de pesquisa: Elton Casagrande | Pesquisadores: Maria Clara Kirsch Junqueira e Bruno H. Camacho