
Com exceção a Aluísio Braz (Boi) do MDB, Rafael de Angeli (Republicanos) por ser o presidente o presidente e Geani Trevisóli (Partido Liberal) que faltou mediante apresentação de atestado médico, 16 vereadores votaram nesta terça-feira (13), autorizando a abertura de uma Comissão Processante para analisar o envolvimento de Emanoel Sponton, no propalado caso da “raspadinha”.
Segundo consta o parlamentar que está em seu segundo mandato exigia parte do salário de suas assessoras para custeio das atividades da Associação dos Moradores do Jardim das Hortênsias, que seria administrada pelo seu pai. Consta que de uma das assessoras ele estaria recebendo cerca de R$ 2 mil mensais.
O desvio dos salários das trabalhadoras, via PIX, tinha como alvo a conta bancária da sua mãe. Por cerca de 14 meses a organização familiar se viu beneficiada com recursos públicos, caracterizando corrupção. Os comprovantes dos depósitos já estão no Ministério Público.
O presidente do Conselho de Ética, Aluísio Braz, o Boi, relator da denúncia, abriu a sessão discorrendo sobre o que ele e os demais membros da comissão receberam de informações das pessoas chamadas para depor, bem como tiveram acesso aos documentos enviados pelo Ministério Público, onde ocorre uma investigação paralela sobre a prática da “raspadinha”.
Minuto a minuto o ambiente se tornou tenso, porém o vereador do Progressista se manteve calmo, ainda que tenha permanecido submisso ante as ofensas disparadas de forma agressiva pelas vereadoras do Partido dos Trabalhadores: Filipa Brunelli, Maria Paula Vieira e Fabi Virgilio. Em alguns momentos – Emanoel Sponton, sentado no plenário, foi humilhado pelas petistas, mas se manteve passivo ante a violência das palavras.

Com a Comissão Processante definitivamente instaurada, o processo continua na Câmara Municipal, já correndo o prazo de 90 dias para sua conclusão e decisão sobre a cassação por quebra de decoro parlamentar. Em havendo a perda do mandato no Legislativo, o vereador dos Hortênsias ficará inelegível por 8 anos. Ao mesmo tempo, ele corre o risco de ser punido criminalmente na Justiça.
Mas, pode ser que ele decida renunciar ao cargo e, neste caso, perde apenas o restante do mandato e tentar de novo a cadeira em 2028, mesmo com sua estrutura eleitoral abalada. Renunciando, pode ser também que se mantenha na política ingressando como assessor parlamentar de algum deputado visando manter o padrão de vida e sua base eleitoral bem próxima.
Como o relator Aluísio Brás (Boi) argumentou que as provas eram consistentes para direcionar o caso à Comissão Processante já parece ter dado apontado que a cassação será inevitável. No caso, a renúncia seria o caminho para evitar o desgaste político da frente que representa o prefeito Lapena e da sua própria imagem, hoje alvo da imprensa e da própria população.