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Governo de SP e Banco Mundial anunciam investimento de R$1,1 bilhão para o agro paulista

Em parceria com banco internacional, São Paulo terá montante disponível para investir no desenvolvimento sustentável de sua produção rural

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Laticínio Paraguaçu, em Paraguaçu Paulista, beneficiado pelo Projeto Microbacias II – Acesso ao Mercado

Com investimento total de R$1,1 bilhão, sendo R$ 800 milhões financiados pelo Banco Mundial e o restante em contrapartida do Tesouro Estadual, o Governo do Estado de São Paulo aprovou junto ao banco internacional o Projeto Agro Paulista Mais Verde – Microbacias III, um dos maiores programas de desenvolvimento rural sustentável já realizados no estado. O resultado foi oficializado pela Comissão de Financiamentos Externos (COFIEX) em comunicado oficial.

A iniciativa, coordenada pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento por meio da Diretoria de Assistência Técnica Integral (CATI), terá duração de 6 anos e beneficiará mais de 120 mil produtores rurais do estado de São Paulo, com uma das principais metas aumentar o valor de venda dos produtos de agricultores familiares através do investimento na infraestrutura produtiva das agroindústrias, cooperativas e associações de produtores.

“Em 2024, apresentamos ao Banco Mundial, em missão internacional na Europa, o potencial do agro paulista em tecnologia, sustentabilidade e segurança alimentar. Com o projeto aprovado, vamos aplicar o financiamento para transformar a realidade dos produtores e fortalecer a produção, gestão e organização das propriedades rurais e agroindústrias de São Paulo. É só a primeira vitória”, comenta o secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Guilherme Piai.

O Microbacias III tem como missão aumentar a produtividade, gerar renda, recuperar áreas degradadas e ampliar o uso de tecnologias sustentáveis, preservando o meio ambiente e fortalecendo a economia local e regional.
Entre as metas iniciais previstas partir do financiamento do Banco Mundial, estão a recuperação de 1 milhão de hectares com sistemas produtivos sustentáveis, a ampliação da conectividade e da geolocalização no campo, investimentos em infraestrutura hídrica e saneamento rural em 500 propriedades, capacitação de 15 mil produtores para uso de tecnologias sustentáveis, apoio à gestão econômica e ambiental de 20 mil propriedades, fortalecimento de 420 associações e cooperativas, inclusão produtiva de 5 mil mulheres e jovens, apoio a 80 projetos comunitários de povos tradicionais, capacitação de 400 extensionistas rurais e elaboração de 200 planos de negócio coletivos e 200 individuais, além da formação de 300 redes de comunidade solidária.

EXECUÇÃO E COMITÊ DO PROGRAMA

Seguindo as normas do Banco Mundial, o programa será executado com rigor técnico e transparência, garantindo eficiência e impacto duradouro. A CATI, responsável pela implementação, contará com apoio da Diretoria de Defesa Agropecuária e da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) para atingir as metas. O diretor da CATI, Ricardo Pereira, celebra a conquista “Obtivemos uma grandiosa e esperada aprovação, ainda mais no mês em que a CATI completa 58 anos de história, sempre transformando vidas e caminhando lado a lado com as famílias rurais paulistas.”

HISTÓRICO

O Microbacias III é a terceira fase de um programa que já deixou marcas profundas no desenvolvimento rural sustentável paulista. A primeira fase, que durou de 2000 a 2008, Microbacias I, envolveu 69.997 produtores em ações de conservação ambiental e manejo sustentável, abrangendo 970 microbacias em 514 municípios e mais de 3,3 milhões de hectares.

A segunda fase, de 2011 a 2018, focada no acesso ao mercado, beneficiou 293 organizações e executou 355 projetos estruturantes, além de modernizar a própria CATI e recuperar estradas rurais estratégicas.

Para João Brunelli Júnior, engenheiro agrônomo e responsável técnico do novo projeto, a iniciativa representa “um impulso transformador, integrando tecnologia, sustentabilidade e organização social para dinamizar economias locais e regionais”.