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Cesta básica araraquarense apresenta a segunda queda mensal de preços desde agosto de 2024

Os três grandes grupos avaliados apresentaram deflação no período: alimentação, limpeza doméstica e higiene pessoal, de acordo com dados divulgados pelo Núcleo de Economia do Sincomercio em Araraquara.

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Batata é um dos produtos com maior redução no preço

Em julho, o valor médio da cesta básica em Araraquara apresentou a segunda queda mensal (1,51%) desde agosto de 2024, segundo pesquisa do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara. Em junho, o preço médio da cesta básica era de R$ 1.080,22 e, em julho, passou para R$ 1.063,86, com um barateamento de R$ 16,35.

Gráfico 1 – Evolução do custo médio e variação mensal da cesta básica em Araraquara – julho/2024 a julho/2025

Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara

Os três grandes grupos apresentaram queda de preço no mês de julho: a 1) Alimentação, que possui maior peso no custo total da cesta, apresentou variação negativa de 1,82% ou queda de R$ 16,14 no preço médio, a 2) Limpeza doméstica apresentou deflação de 0,04% ou barateamento de R$ 0,03 e a 3) Higiene pessoal deflacionou 0,15%, o que significou um barateamento de R$ 0,19.

Para conferir a pesquisa completa, acesse aqui.

Ainda sobre o mês em análise, os principais aumentos percentuais foram: 1) Leite em pó integral (6,8%); 2) Água sanitária (5,6%); 3) Creme dental (3,7%); 4) Sabão em barra (3,1%) e 5) Biscoito maisena (2,1%). E os produtos com maior decréscimo percentual foram: 1) Cebola (-37,5%); 2) Batata (-37,1%); 3) Feijão carioca (-7,9%); 4) Molho de tomate (-5,8%); 5) Absorvente (-5,6%).

Em termos monetários, o leite em pó integral foi o item responsável pelo maior aumento, provocando o acréscimo de R$ 4,96 no custo médio da cesta, em razão do aumento de R$ 1,65/lata de 320g. Na outra ponta, o item que mais aliviou o bolso dos consumidores foi a batata, com um decréscimo de R$ 8,24 no custo da cesta analisada, em razão da diminuição de R$ 2,06/kg.

Entre junho e julho de 2025, o comportamento do leite em pó em Araraquara foi distinto da média nacional. Enquanto o Cepea/Esalq-USP registrou recuo no preço médio no Brasil, na cidade o valor médio da lata de 320g subiu de R$ 24,17 para R$ 25,83, contrariando a tendência de queda observada no atacado nacional. Esse movimento indica que, no mercado local, fatores como a dinâmica de oferta no varejo e o repasse de custos tiveram maior peso, sustentando a alta mesmo diante do recuo dos preços médios no país.

Já entre os itens responsáveis por diminuir o preço do grupo dos alimentos está a batata, cuja variação foi impulsionada por fatores de oferta. Segundo pesquisadores do Hortifrúti/Cepea, várias regiões produtoras estão seguindo ritmo forte de colheita, como Vargem Grande do Sul (SP), Sudoeste Paulista, Sul e Cerrado Mineiro, além de Cristalina (GO). Na semana de 7 a 11 de julho, as cotações da batata tipo ágata especial tiveram baixa de 20,4% no atacado de São Paulo, frente ao período anterior. De acordo com o Centro, a tendência é de que a oferta siga avançando, já que o pico da safra de inverno deve ser atingido somente entre agosto e setembro.

A carne de segunda – acém foi o segundo item que mais aliviou o bolso dos consumidores araraquarenses. O anúncio das tarifas de 50% para as exportações brasileiras deixou os agentes do setor apreensivos, em um contexto já de ritmo fraco de vendas internas de carne. O resultado foi de forte lentidão dos negócios de animais para abate e enfraquecimento dos preços do animal para abate e da carne.

“Com isso, depois das sucessivas quedas de preço ao longo de grande parte de julho, os produtores mostraram maior resistência no fim do período e, portanto, algumas regiões observaram ofertas reduzidas. No atacado da Grande São Paulo, por exemplo, os valores de todos os cortes da carne com osso tiveram pequenos aumentos nos últimos dias, o que não ocorria desde 18 de junho”, comenta Maria Clara Kirsch, pesquisadora do Núcleo de Economia do Sincomercio.

Gráfico 2 – Evolução do preço médio e da variação mensal da batata – julho/2023 a julho/2025

Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara

INFLAÇÃO CUMULADA EM 12 MESES

A variação acumulada em 12 meses foi de 12,76%, ou seja, encarecimento de R$ 120,39. Sobre grupos, o grupo de alimentação registrou inflação de 13,48%, equivalente a R$ 103,62, o grupo de higiene pessoal aumentou 10,09%, ou R$ 11,19 e os produtos de limpeza doméstica ficaram 8,71% ou R$ 5,58 mais caros.

Entre os produtos, 21 dos 32 oscilaram em direção ascendente – o que corresponde a 65,5% dos itens que compõem a cesta básica analisada. No acumulado de agosto de 2024 a julho de 2025 destacam-se: 1) Café torrado e moído (87,32%), 2) Carne de segunda – acém (34,56%), 3) Margarina (27,11%), 4) Carne de Primeira – Contrafilé (24,35%) e 5) Óleo de soja (23,45%). Já os produtos com as maiores reduções percentuais foram: 1) Cebola (-62,96%), 2) Batata (-60,29%), 3) Farinha de trigo (-15,85%), 4) Arroz branco (-15,08%) e 5) Alho (-10,94%).

Também em julho de 2025, o subgrupo Alimentação no domicílio do IPCA-15, divulgado pelo IBGE, registrou queda. O índice que já havia sido reduzido no mês anterior, obteve uma queda de 0,40% neste mês. O subgrupo Artigos de limpeza obteve um incremento de 0,27% e o subgrupo de Higiene pessoal variou negativamente 0,21% no período.

No cálculo do IGP-M, índice de preços elaborado pela FGV-IBRE, a variação mensal do grupo de Alimentação apresentou avanço em sua taxa de variação, de -0,19% em junho para 0,03% neste mês, o grupo Habitação, que incorpora o subgrupo Material para limpeza, passou de 0,67% em junho para 0,75% em julho e o grupo Saúde e cuidados pessoais, que incorpora o subgrupo Artigos de higiene e cuidado pessoal, apresentou variação de 0,24% para 0,27% no mês analisado.

SALÁRIO-MÍNIMO

O custo médio da cesta básica em Araraquara representa até o mês de julho de 2025 cerca de 70,1% do salário-mínimo. O valor é inferior ao registrado no mês anterior e aproximadamente 3,9 pontos percentuais acima do registrado no mesmo mês do ano anterior, isto é, em julho de 2024, quando o valor da cesta básica representava 66,2% do salário-mínimo vigente à época. Em julho de 2023 e 2022, a cesta básica custava, em média, R$ 886,49 e R$ 950,20, representando, respectivamente, 67,2% e 78,4% do salário-mínimo do araraquarense.

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, para um trabalhador que recebe o piso nacional vigente de R$ 1.518,00, ficou em 154 horas e 10 minutos, aproximadamente. Essa jornada é inferior ao mês anterior, junho de 2025, quando eram necessárias 156 horas e 33 minutos de trabalho para consumir a mesma quantidade de produtos.

Gráfico 3 – Variação mensal do preço médio dos produtos componentes da Pesquisa de Preços da Cesta Básica em Araraquara – julho/2025

Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara

Coordenação de pesquisa: Elton Casagrande | Pesquisadores: Maria Clara Kirsch Junqueira e Bruno H. Camacho