O setor sucroenergético já é muito maior do que a produção de açúcar e etanol. Outras possibilidades e inovações para as usinas, além de serem sustentáveis, também podem se tornar fontes de receitas ou mesmo auxiliar na diminuição dos custos fixos.
O tema foi pautado na oitava edição da Conferência NovaCana, que aconteceu em São Paulo (SP). Na ocasião, o vice-presidente de açúcar, etanol e energia da Adecoagro, Renato Junqueira, contou como a companhia está se adaptando ao novo momento do setor.
“A Adecoagro sempre teve uma cultura muito forte de novas tecnologias e adoção de inovações”, destaca Junqueira. De acordo com ele, a companhia busca aproveitar o momento de transição energética para desenvolver projetos, especialmente em novos combustíveis, como o SAF (de aviação), o biobunker (marítimo) e, também, o biometano.
Segundo ele, há iniciativas em praticamente cada um dos pilares da lei Combustível do Futuro. Em relação ao aumento da mistura de anidro à gasolina para 30% (E30), por exemplo, Junqueira relata que as três unidades do grupo têm potencial para desidratar toda a capacidade produtiva de etanol, utilizando a técnica de peneira molecular. O biocombustível também possui a certificação Bonsucro para exportação.
Assim, o etanol produzido pela companhia poderá atender até mesmo a mistura de 35%, o maior volume previsto pelo texto, de acordo com Junqueira.
Além disso, ele destaca que a Adecoagro está avançada em outro combustível mencionado na nova lei: o biometano. “Temos uma tecnologia própria e modular, de fluxo ascendente”, afirma.
Para completar, a companhia também tem projetos em diferentes áreas, como bioenergia com captura e armazenamento de carbono (BECCS) e até mesmo a mineração de bitcoins. Todas essas tecnologias, segundo Junqueira, são importantes para baixar o custo de produção do etanol.
